domingo, 6 de março de 2011

25 ANOS

eNTÃO...


São 15h13. Ouço "Agradecimento". Não consigo deixar de pensar que daqui uma semana tudo estará consumado. A paróquia da qual faço parte terá comemorado seus 25 anos. Será o fim de um ciclo no qual ingressei há apenas oito meses. Será também o início de um novo ciclo!

Meu sentimento é de gratidão a Deus. Não há uma justificativa humana que explique a razão de eu estar aqui e agora. Por que justamente nesse momento? Quiçá um dia Deus responda! Já caí de paraquedas em momentos eclesiais importantes noutros lugares. Fatalmente, com minhas limitações, inexperiência e inseguranças, percebi-me forçado a tomar decisões e a assumir responsabilidades.

Talvez esse seja meu carma! Rsrsrs... Aceito, embora nunca me acostume. Estou feliz e ansioso. Confiante na graça de Deus. Realizado pelos amigos, companheiros e cúmplices que fiz ao longo desses meses e durante essa caminhada rumo ao Jubileu. Confesso suspeitar haver sabotadores em nosso meio. Repito um antigo chavão ouvido nos tempos de adolescência: "o Judas se enforca sozinho". A mim cabe esperar a justiça divina!

No mais, a comunidade construiu muito nesses últimos meses! Foram coisas simples, mas significativas. E penso que o melhor foi a boa vontade demonstrada por tanta gente que vestiu a camisa e abraçou conosco a essa projeto. Gente nova surgiu. Alguns antigos desistiram. Velhos amigos reapareceram. Todavia o passo se manteve e a linha de chegada se aproxima. Não sei como será essa semana, mas a confio nas mãos de Deus. Amém.

quarta-feira, 2 de março de 2011

MIGRAÇÕES

eNTÃO...


São 21h08. Ouço o novo cd de Aline Barros. Constantemente aparecem pessoas pedindo alguma doação para voltarem pra casa. É difícil acreditar. Tem cada história impossível, que nem Silvio de Abreu escreveria na novela das sete. Paciência, é o ofício dessa gente. Nós é que devemos estar atentos e espertos.

Há algumas semanas vi um desses migrantes feliz por ter conseguido uma passagem. Ele contava feliz ao vendedor que uma boa alma lhe ajudara. Como eu conhecesse quem o contemplara, não sei se se tratava realmente de boa alma. Hoje, vislumbrei o sorriso doutro desses andarilhos das estradas. Ele dizia: "nem acredito que estou finalmente voltando pra casa". Sorriso e olhar pareciam verdadeiros. Mas, como canta Joanna, "alguma coisa não me convenceu".

Todavia, confesso ter-me compadecido ao imaginar a dureza desse tipo de vida. Estar longe da família, de casa, dos amigos de outrora, só no mundo, à beira de uma estrada, à merce de sol e chuva, ansioso pela bondade de uns e temeroso da maldade de outros. Ademais, doeu-me visualizar os olhos desconfiados daqueles para quem se pedira um socorro. Pior ainda ouvir a dureza e o preconceito evidentes na negativa oriunda de tantos lábios.

Triste vida ou vida triste? Sei lá. Quando adolescente senti vontade de tornar-me mendigo. Não se assuste, querido e fiel ledor: eu sou assim mesmo, penso de tudo e em tudo! Só por Deus, né? Que a Providência Divina cuide desses irmãos peregrinos, dos bons e dos não bons. Que o Senhor não nos permita fazer-lhes mal, nem eles a nós. Amém.