quinta-feira, 16 de junho de 2011

FASCINAÇÃO

eNTÃO

São 08h05. Ouço Flávio Venturini. Ontem percebi os colegas de academia parando seu treino para dedicar tempo ao Patolino e ao Papa-léguas. Quando a tv transmite jornal, luta, documentário, ou mesmo futebol, o número de pessoas atentas é mínimo.

Talvez certos desenhos animados consigam, não só despertar a infância adormecida em nós, mas também dar visibilidade a uma utopia entranhada no ser humano. O sonho da vida eterna. Por mais que seja explodido, o Patolino está sempre novo e pronto para enfrentar o Pernalonga. Por mais que caia de precipícios, o Coyote está sempre se reinventando e criando novas formas de correr atrás de seu almoço.

Ah, se todas as batalhas da vida fossem superadas como são superadas as quedas e as dinamites dos desenho looney tunnes, ser-nos-ia tão mais fácil viver, não? Ademais, eles vivem em contenda, mas parecem intimamente amigos. E, por fim, eles dão vazão em atos e palavras a tudo aquilo que qualquer humano teria coerente vergonha de materializar.

O fascínio que exercem quiçá esteja nisso: ser irrealisticamente real o que, enquanto infantes, acreditamos possível e que a maturidade extirpou de nossa mente, mas não de nossos sonhos. É o absurdo belamente apresentado ante nossos olhos...

Sei lá o que estou tentando dizer. Creio que o fundamental é sermos adultos, sem perdermos a beleza da criança dentro de nós. E, por fim, aceitarmos que mesmo sem a imortalidade desses personagens, somos imortais também. Em Deus, nossa vida sempre se renova e persevera. Fiz um balaio de gato, né? Desculpe, o próximo texto há de ser melhor. Abraço.

domingo, 12 de junho de 2011

MIL DUZENTOS E SEIS

eNTÃO...

São 14h01. Ouço "Melodia Sentimental". Uma senhora música. Lembro-me de tê-la ouvido a primeira vez na minisséria "Hoje é dia de Maria", cantada belamente pelos belos Rodrigo Santoro e Letícia Sabatela. Depois, ouvi na voz da insossa Sandy, que fizera apenas destruir a intensidade da composição de Villa Lobos. Agora, saboreio a marcante interpretação de Ney Matogrosso.

Ontem corri pelas floriculturas da cidade atrás de flores. As lojas estavam movimentadíssimas, afinal, a procura era intensa. Tinha de tudo menos o que eu procurava. Uma senhora tentou de todas as formas que eu comprasse uma cesta de namorados. Precisei dizer, com todas as letras, que não me apeteciam, não me agradavam, que eram feias. E o eram realmente!

Pois bem... Fiquei pensando em quão bonito é ter um relacionamento. Amar e ser amado. Bonito e exigente também. Pois, por mais que se diga que não, sempre se espera do amado uma resposta na mesma medida do nosso amor. Se ele ama menos, nos estressamos ou entristecemos. Se nos ama mais, ficamos gratos, todavia com a sensação de dívida. Nesta ocasião, não raro surge a idéia de desmerecimentou, de peso, fardo nas costas do outro.

Tudo seria bem melhor se apenas amássemos e acolhêssemos o amor que se nos destina, sempre na justa medida: sem ciúmes possessivos ou liberdades indiferentes. Esta justa medida só se pode estabelecer à luz da Palavra e da graça de Deus. Amar do jeito certo, uma utopia humana? Simplesmente, penso que não.

Abraço.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

PASSOS

eNTÃO...

São 17h09. Faz dias que não escrevo, embora estivesse com muita vontade dizer algumas coisas. Estou ouvindo Ney Matogrosso e pensando, como sempre, na vida. Conscientizo-me mais ainda do quão sou exigente, desconfiado e sozinho. Ao mesmo tempo próximo e distante. Feliz, contudo.

A vida se nos oferece um leque enorme de possibilidades. Nós é que decidimos o caminho a seguir. Nunca sabemos com precisão quais serão as consequências. Se boas ou más, o tempo e a história responder-nos-ão. Só não dá pra estagnar diantes das opções, nem por medo, nem por preguiça.

É nessas horas que admiro figuras profundamente emblemáticas da música e da arte. Não raro criticadas ou apedrejadas por cristãos carolas cuja visão de mundo é limitada por uma fé infantil ou maniqueísta. Claro que não aprovo atitudes contrárias à fé e à piedade cristãs, mas me extasia a inteligência e a coragem como tais indivíduos souberam ler seu momento e tomar decisões, ainda que erradas.

Nem era sobre isso que eu gostaria de escrever, mas foi isso que fluiu. Paciência, né? Querido ledor, Deus o abençoe.