sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

PESAGEM

eNTÃO...

São 14h42. Ouço o cd "Em tuas mãos". O tempo impediu-me de escrever antes. Penso em 2010. Comecei-o com diversos projetos: cd, ECC, RCC, cirurgia. Todos sob a proteção da Imaculada Conceição. De repente, aprouve a Deus colocar-me sob chuvas de rosas: tantos espinhos me feriram! Nessa ocasião, perfumaram-me flores vindas de Nossa Senhora de Fátima, também dos Barussi's e Guerreiro's da vida. Conheci o melhor tempero do Bora-Bora: Zema e Cleide. E maior se tornou meu amor pelos Selingardi e minha amizade pelo Ribeiro de Almeida.

Agora, sob o manso e misericordioso Coração Sagrado de Jesus, novas vidas têm-se-me entrelaçado. Com meu jeito pessoalmente reservado e pastoralmente acolhedor, percebo horizontes se desobnubilando. Anseio pelo novo ao mesmo tempo em que o temo. Descubro-me gostando de companhias jamais sonhadas. Confesso que preconceitos de outrora se quebram ante a simpatia e humanidade de gente cujas portas de suas casas se escancararam gratuitamente para mim.

Então, "será que existe alguém ou algum motivo importante que justifique a vida ou pelo menos este instante?" Lembro do Apocalipse. João choroso ao perceber que ninguém poderia quebrar os selos e ler o livro da vida. Mas o Cordeiro de Deus, imolado pela salvação dos homens, o fez com perfeição. Em Cristo está o sentido da história.

Esse dinamismo da vida é mesmo sedutor, intensamente fascinante. 2011 promete muitas novidades! Ponho-me nas mãos de Deus, nEle confio e espero. Peço-lhe que abençoe cada uma dessas jóias raras às quais permitiu cativarem-me. As acima citadas, minha família, meus queridos padrinhos, também os Rosa Agostinho, os Gibim, os Silva Menta, os Nuccini Batista e tantos outros que ainda virão. E que venham, pela graça de Deus.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

COM OU SEM BENGALA


eNTÃO...

São 22h06. O rádio toca o cd "Feito de escolhas".

Assisti a um episódio do Dr. House que terminou com essa frase: "Deus não é manco!". Fiquei inquieto. Nós, humanos, mancamos. Às vezes, metemos os pés pelas mãos e depois não sabemos como retomar o andar da carruagem. Embora triste, isso nós é útil. Não somos Deus e jamais o seremos.

Arrisquei-me, no almoço, a comer salada de legumes, arroz e nhoc. Sofri, mas comi! Grande passo: as sopas ficarão para trás. Estou melhorando. Conscientizo-me, também, que sempre terei de melhorar. Ainda que minha boca fique perfeita, nesta vida, serei imperfeito, contraditório, pecador.

A experiência da limitação nos humaniza. Compreendemos o quanto a arrogância e o orgulho são vãos. Percebemos que nenhuma de nossas muitas qualidades, por mais singulares que sejam, permitir-nos-ão considerarmo-nos melhores que qualquer pessoa. Longe de mim desejar ou enaltecer o sofrimento, entretanto me forço a reconhecer seu importante papel santificador.


Peço a Deus que me dê sabedoria para administrar minhas imperfeições e para conviver saudavelmente com as situações de fracasso, erro e dor.

Peço a Deus que as contradições os enganos em minhas escolhas não me privem do céu, outrossim me abram os olhos para que jamais se deixem cegar pela ilusão das qualidades que possuo, pois são graça divina e não mérito meu.

Que meu coração seja alvo de Deus, sua morada. Que eu saiba lhe ser infinita e incansavelmente grato. E "mesmo que haja razões de tristeza, um sorriso em minha face há de estar".

domingo, 26 de dezembro de 2010

GESTAÇÃO

eNTÃO...

São 16h55. Estou assistindo o Magrão, digo, Faustão. Essa noite tive sonhos estranhos. Bandidos fantasiados de Força Verde invadiam meu quarto, armados... Acordei assustado, olhei o relógio e dormi novamente. Depois sonhei com todas as intempéries possíveis numa celebração.

A vida é mesmo intrigante não! Acordei com a sensação de que uma vida se gerava dentro de mim. Claro que não uma vida humana, é impossível, né gente? Mas ao me levantar da cama para rever a liturgia da Sagrada Família, fiquei sonhando com a celebração na intenção das pessoas com depressão. Um esquema se começou a formar em minha mente e em meu coração.

Doido isso! Durante 2010 não foram poucas as pessoas, tanto em Bandeirantes quanto aqui, que me perguntaram sobre a oração em questão, mas tinha consciência de que essa fórmula se esgotara! Como é possível depois de dois quase pesadelos, acordar montando repertório, escolhendo intérpretes, articulando leituras e... sonhando?

A depressão é uma doença terrível. E a cada dia mais assola pessoas na sociedade. Um mal do humor, que destrói a alegria de viver e gera humanos desgostosos, triste, desesperançados. Quem já viveu com um depressivo sabe o quão é doloroso. Só quem já a teve sabe o quanto é melhor nem lembrá-la.

Pois bem, como cristãos devemos orar por todos que precisam. Vale lembrar que rezar pelos depressivos é rezar por sua família e todos que deles cuidam, pois todos sofrem e sofrem muito!

Peço a você, leitor querido e fiel, que desde já interceda. Ainda não sei se será ou como será! Mas confio e espero em Deus. E acredito nas muitas bênçãos que serão derramadas na ocasião. Numa nova paróquia, com novas equipes de celebração, mas, certamente, com a mesma graça de Deus, sempre bom e misericordioso.

ALVÍSSARAS...

eNTÃO...

São 20h57. O rádio toca o cd "Backstage Intimidade". Penso: "Que tipo de padre fala de equações de segundo grau numa homilia no dia de Natal? Algum insano?". 

Estou preocupado: papai tem acelerado um carro desgovernado rumo a um precipicio.

Oswaldo Montenegro, no show que fizera em Jacaré Pequeno, orientou-nos à felicidade de se fazer o que se sabe, afinal, nem sempre se sabe fazer o que se gostaria. Senti-me forçado a acolher esse conselho hoje.

É Natal! Eu queria ter o dom de dizer coisas bonitas, tocantes, profundas. Admiro aqueles em que de cujas entranhas mana a poesia que emociona corações e arrepia a pele. Reverencio tais almas, pois conseguem, com beleza e leveza, transcrever em palavras sentimentos, por vezes, tão inexprimíveis, transformando-os em mensagens sadias, lúdicas, fascinantes.

Não sou assim! Sou esquemático e frio, fiel a meus paradigmas. Como então satisfazer ao ouvinte que se me apresenta em pleno 25 de dezembro? Conclui que a saída seria ser eu mesmo, assim, do jeito que sou. Claro que tentando superar as debilidades de minha natureza humana, mas me mantendo esse orador esquemático e frio, fiel a meus paradigmas! Que apraza a Deus proclamar suas boas novas através deste pecador limitado e cheio de boa vontade.

Como compuseram Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão "por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim". Posso ser estranho, mas não sou maluco! (rsrsrsrs).

Abraço pra todos. Mais uma vez, feliz natal!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ERRÁTICA

eNTÃO...

São 20h33. Ouço a chuva cair. A figura à direita representa a pausa de uma semifusa, e homenageia "Errática", uma letra de Caetano, gravada por Gal no cd "O sorriso do gato de Alice".

Desde a demissão de um amigo, ocorrida ontem, um pesar assombra minha mente. A cruel inexplicabilidade do ato fatiga minha inteligência. É evidente que qualquer empregado está sujeito ao mesmo, hora qualquer. Incomoda-me, todavia, a infundada e, talvez, pecaminosa suspeita de que tudo não passe de um capricho sutil, mascarado de justiça, cujas profundas raízes se encontram penetradas no amarume de uma alma frustrada consigo mesma.

Sei que relações trabalhistas são como briga de marido e mulher! Dizer que sou ninguém para comentar o ocorrido é um truísmo, e tenho consciência! Mas como amigo, devo sofrer! O desemprego, numa cidade tão pequena e, aparentemente, de tão poucas oportunidades é um infortúnio macerante.

A semifusa (imagem à esquerda) é uma nota musical que dura dezesseis avos de tempo. Estou desejando que a surpresa e o desgosto de meu amigo tenha a duração desta nota. Que seu desemprego seja isso: "pausa de fração de semifusa", como tão lindamente canta Gal. Que minha suspeita seja, realmente, infundada. Melhor eu pecar e não existirem pessoas tão decepcionantes e vazias, que o contrário.

Não está mais chovendo.
Deus converta meu coração.
Feliz Natal para todos!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

COERÊNCIA...

eNTÃO...

São  11h10. Estou ouvindo o silêncio. Ontem, por volta das 18h45, recebi um email informando da última apresentação do Projeto Samba e Botequim, na praça Melo Peixoto, em Ourinhos, às 20h. Que doideira... passei os últimos seis meses desejando, sem poder, assistir ao projeto. Quando eu soube que haveria uma extra, não resisti.

Eu queria ter ido a um bar, num sábado à tarde. Teria sido uma experiência fantástica. Mas não aprouve a Deus que assim se sucedesse. Então, apesar da garoa em Little Crocodile, peguei o carro e fui. Foi show! Quatro percursionistas, dois metais, dois cavaquinhos, três violões, três vozes. O repertório era Adoniran e Noel. Compositores indispensáveis.

O triste disso tudo foi o fato de estar ouvindo clássicos do samba sem poder acompanhá-los. Minha boca ainda não me permite cantar! O alegre disso tudo foi que me descobri vivo novamente. No mais literal dos sentidos, alguém que senti uma paixão: pela música, pelo samba, pela arte, pela beleza.

Emocionei-me ao perceber que, mesmo sozinho, estava num grupo! Muitas pessoas, inclusive jovens, cantando sambas aparentemente esquecidos! Adoniran foi o comediante que sonhava ser galã de cinema. Noel, um jovem boêmio de queixo deformando. Suas músicas são jóias valiosas!

Parabéns ao professor Andrew pelo projeto. Parabéns pelo apoio cultural do Municipio de Ourinhos e de colaboradoes. Parabéns aos músicos e bares que acolheram o projeto. Parabéns às empresas que patrocinaram.  Parabéns a quem foi prestigiar.

Findo com versos de Caetano Veloso: "Em mim o eterno é música e amor!". A música me move! Emociona-me. Fortalece-me. Acelera e acalma meu coração. Para mim, a música é uma expressão do divino, do transcendente, do imortal. Amo-a incansavelmente!

Viva Deus! Viva a música! Viva a vida!
 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

INTEMPÉRIE...


eNTÃO...

São 21h13. Estou assistindo a esse vídeo. Acordei com saudades dessa música. Pela manhã, até que me trouxessem constrangedores problemas, fiquei a ouvindo.

Acordei crendo que o dia seria de reviravoltas, confiante estar pronto para reassumir a paróquia, meus compromissos. Tomei parte do andamento das coisas. Busquei aquelas surrupiadas de casa. Comecei a ler um livro sobre Homilia. Atualizei o calendário de 2011. Enchi-me de vida, de projetos, de sonhos. Enviei 10 cd's para Paranaguá. Fui a Jaboti!

A visita ao dentista foi um grande balde de água fria. A ida foi sofrida. Muito longe, muito sol, meus pontos ardendo. Cheguei lá cansado, suado, pra baixo. Ele avaliou o estado de minha oclusão dentária. Criticou minha magreza. Deu-me novos conselhos e retirou a placa de acrílico 13 dias presa em minha boca. Redigiu as orientações - como se eu fosse realmente esquecê-las - e voltei pra casa.

A razão de meu desalento? Sinto que nada mudou! Digo: meu rosto mudou, minhas dívidas cresceram, minha mordida é outra, e continua errada! O sofrimento continua sem previsão de data pra acabar.

Chorar ou rir? As duas coisas doem fisicamente (são de 90 a 100 pontos na minha boca). Chorar ou rir? Eu diria: continuar! Levantar a cabeça! Enfrentar a vida! O meu Deus é o Deus do impossível. Ele não me priva de cruzes, mas me alimenta na fé. Não me priva de riscos nem de temores, mas me encoraja na esperança. Em meu morrer diário Ele me nutri de imortalidade...

Acho que tenho nada mais a dizer!
Obrigado pela atenção!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

CLUBES SOCIAIS

eNTÃO...

São 21h41. Ouço o cd "Romântico", do Ney Matogrosso. Gal, Ney e Ziza são-me indispensáveis! Nana ainda entra nesse time...

"Dead like me" é o nome de uma série que comprei ano atrás. O título no Brasil é "A morte lhe cai bem". Tenho reassistindo às duas únicas temporadas produzidas. É fantástica. Comédia inteligentíssima.

Acabo de rever o episódio em que George, protagonista e anjo da morte na série, reavaliando sua vida, percebe-se sempre auto exclusa de clubes sociais. Sensação que me já entristeceu tempos atrás, mas que reconheço superada. Não sou afiliado a nenhum clube, mas tenho meus amigos. Diria até: possuo lares em Barra do Jacaré, São José da Boa Vista, Ribeirão Claro, Bandeirantes, Jacarezinho...

Creio que entre esses lares, o mais importante está em Andirá: MINHA FAMÍLIA!
Nesta tarde visitei alguns parentes. Meu Deus, como é bom ter família!

Sou um cidadão do mundo, porém tenho berço. Filosofia, Teologia e, principalmente, religião, moldaram-me, mudaram-me, apartaram-me fisicamente. Todavia nessas horas singelas, simples, humildes como somos desde nossa origem pobre e rural, Deus se revela imensamente bom, fiel e cuidadoso.

Cadeiras de área na beira da calçada. Crianças correndo pra lá e pra cá com copos cheios de pedra. Filhos de vizinhos com pipas presas na copa de árvores. Eu tomando vitamina, toddynho e, por fim, papa de arroz com batata (rsrs). Notícias dos não presentes. Anseios, conquistas, problemas, nostalgias, fracassos, carinho e afeto: nossa família - do jeitinho que ela é.

A perfeição não está na irreprensibilidade, mas na beleza de ser e viver! Está no vínculo que se cria não só pela fonte em um sangue comum, mas que se alimenta de um espírito acolhedor, fraterno e cristão.

Faustinaiada: eu amo vocês!

domingo, 19 de dezembro de 2010

EFEMERIDADE


eNTÃO...

São 21h57. O rádio toca minha diva suprema: Gal Costa. Quando a ouço, é como se o tempo parasse e tudo fosse paz, serenidade e beleza.

Sai de casa. Fui à Igreja. Dirigi. Comprei ração pro Marduk! Mas antes disso fui visitado por este pequeno e notável homem. Pequeno em estatura. Notável em capacidade cristã. Certa vez, caminhando juntos, expus uma pequena crise. Ele me disse: "Muitos melhores que você passaram por aqui e não chegaram onde você chegou. Por quê? Deus sabe! Confie nele e continue com sua gratuidade!". Jamais me esqueci disso.

Naquele ocasião não imaginamos que anos depois moraríamos na mesma casa. Quem diria que por dois anos e meio eu seria braço direito dele? Um braço direito meio arredio e intempestivo, porém fiel e obediente. Por um ano fui criança em casa de idosos...

A visita foi devida a meu pós-cirúrgico, mas serviu de despedida. Ele vai embora, e, possivelmente, não nos vejamos antes de sua partida. Apertou-se-me meu coração. Finalmente percebi que ele estará em mim pra sempre. Aprendi muito com ele!

Revelou-se-me que, apesar da dureza com a qual o tratei derradeiras vezes, eu o amei. Desvelou-se-me que, apesar de nossos desencontros, ele me amou e, com seu jeito senil e controlado de ser, respeitou-me.  Abraçá-lo, talvez pela última vez, curou meu coração. Um abraço que cura! Não acredito que passei por isso (rsrsrs).

Enfim, a vida é efêmera. Pessoas vão e vem! Peço a Deus que antes de qualquer despedida haja sempre um abraço que cure, um sorriso que liberte, um aperto de mão que converta.

Querido e fiel leitor, que ao final deste texto, ouçamos "Voltei pra perguntar", do CD "Humano demais", do Pe. Fábio de Melo. Que a música seja-nos uma oração e nos ajude a amar e a ser amados, enquanto há vida, há tempo! A hora de ser feliz é agora. Sejamos!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

JÓIAS PRECIOSAS

eNTÃO...

18h16. Soltei um pouco meus dentes, pra um refrigério e pra poder tomar um iogurte. Estou ouvindo Elis Regina. A pimentinha é demais! Não almocei hoje. Não sinto fome. Aliás, prefiro nem pensar em comida! Tudo parece ruim.

Esse quadro de São Francisco, pintado por uma pessoa imensamente querida, e localizado na sala de visitas de casa, foi feito pra mim. Fiquei surpreso e grato ao ganhá-lo.

Nesses últimos dez dias que passei escondido dentro de casa, pensei um pouco nessas coisas (objetos) especiais da vida. Penso que coisas só são especiais quando vêm de pessoas especiais. E pessoas se tornam especiais quando nos cativam. Quando, por um motivo ou outro, percebemo-las tão indispensáveis que qualquer lembrança trazem-nas presentes em nós.

Como algumas pessoas têm me feito falta nesses dias pós cirurgia!

Outrossim, como há pessoas presentes. Emocionei-me com as flores! Agradeço de coração pelas frutas. Algumas mensagens de celular simplesmente me puseram num avião e proporcionaram-me viagens maravilhosas. Mesmo o msn, com toda a sua virtualidade, transmitiu-me a preocupação e o carinho tão necessários para nutrir minha luta e fortalecer minha recuperação. Ah, e embora preso e mudo em casa, houve quem ligasse para o médico tirar minhas dúvidas, quem viabilizasse meus remédios, quem viesse medir minha temperatura, quem me levasse ao hospital para o primeiro retorno, etc, etc, etc...

Sei que algumas pessoas tentaram ver-me e não conseguiram. Desculpem-me por isso!

É hora de terminar. Jóias são preciosas quando sua mina é um coração cheio de amor!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ARVORES CAÍDAS

eNTÃO...

São 17h42: momento exato em que inicio esse texto. O rádio está tocando Nora Jones. Oh, vozinha deliciosa. Meu ouvido que doeu o dia todo, continua doendo. Meu rosto ainda um pouco inchado, Meus dentes travados por um molde de acrílico chato e odiável.

Quando pré-adolescente, assistindo a Família Dinossauros, ouvi uma pergunta que se inscreveu em mim para sempre: "Se as árvores caem na floresta e não tem ninguém lá pra ver, será que elas caem mesmo?".

Durante anos repeti a mesma pergunta para muitos: para as melhores mentes de meus tempos de estudante. Nunca obtive resposta satisfatória. Confesso que um bom amigo e ex-professor, bigodudo, simpático e inteligente, se aproximou muito de minha inquietação ao comentar a questão. Valeu, monsenhor!

Diverti-me com muitas das tentativas de resposta dadas à minha elucubração. O problema é que as pessoas não entendiam que a questão não está em as árvores terem ou não caído, mas ao que significaria essa queda. Ação sem comunicação tem razão?

Querido amigo leitor, entenda bem a questão, por favor. Viver é uma missão nos confiada por Deus. Missão que não  pode ser uma aventura totalmente inconsequente, sem rumo ou razão. As árvores que caem sem serem vistas são, para mim, uma metáfora daqueles momentos da história de cada qual em que o tudo tornou-se sinônimo de nada e, por isso, ser e não-ser coincidiram. Entretando, se é mesmo possível tal coincidência, que miséria de existência materializar-se-ia nessa ocasião!?

É... partilhei desse assunto para dar razão ao nome do blog. Imagino que um dia alguém perguntaria. Fato é que esta pergunta jaz em mim até sempre. Não tenho respostas pra ela, apenas inquietações. Estas, consoláveis pelas esperançosas palavras paulinas: "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8,28).

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

UMA LOA A OLIVIA PALITO

eNTÃO...


Desde algum tempo sou fã da Olivia Palito. Reconheço sem qualquer vergonha na cara!
E não é por ela ser macérrima! Eu, de fato, a considero uma mulher bonita, apesar de desengonçada.
Bonita por ser normal. E tem aquela voz super aguda e muito legal, né?
Nunca me dediquei a estudar uma possível ideologia subliminar nas aventuras do Popeye, nem sei se existe. Deve existir, né? Sempre existe. Olívia seria a mulher feia que conquista dois brutamontes rústicos e igualmente feios? Não sei.
A verdade é que, pra mim, Olívia Palito é a mulher do dia-a-dia que, com seu jeito comum de ser, atrai os homens. E olha que dois homens morreriam por ela! Olíviá é aquela se engana constantemente com Brutus e grita estridentemente por Popeye. Nessas horas penso em como na vida, às vezes, a gente se emburrece pelos maus e busca redenção entre os bons. Horas em que nem sempre somos bons ou maus, somos apenas humanos.


Nesses dias em que meu rosto mudou, mais uma vez me pego refletindo sobre beleza, fama, sucesso!
Vejo fotos antigas, me olho no espelho, reconheço-me sem me reconhecer.
Desconheço os traços faciais. Reconheço Deus em mim, apesar de meus tantos pecados! Reconheço minha vontade de cantar. Reconheço meus gostos e desgostos e sou grato ao Criador por tanta misericórdia para comigo.


Nem quero me dizer bonito ou feio. Melhor antes ou pior depois. Quero pensar a vida como ela é, sem Nelson Rodrigues! Quero pensar a vida como inédita a cada dia. Com revezes e revezes. A verdadeira beleza da vida está no fato de ela ser um dom. E parece que Olívia Palito sabe disso! Ela simplesmente vive e procura ser feliz a cada nova presepada em que se envia e se deixa salvar pelo seu amado marinheiro.


Como sempre, estou achando esse meu texto meio sem pé, nem cabeça. Kkkkkk
Paciência. É só o primeiro. No futuro, eu acerto.
Pelo menos tenho fé.