sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CONTRADIÇÕES...

eNTÃO...

Meu pai foi internado no sábado passado. Esteve muito mal. Parece que melhorou. Os dias estão tensos. Meu quintal, em breve terá a primeira rosa e os primeiros antúrios florescidos nele. As orquídeas estão prontas para abrir também. Vejo borboletas visitando meus kalanchoes com frequência. A beleza das flores é fascinante!

Falando nisso, beleza e feiúra são antônimos. Dizem não existir sinôminos perfeitos. Será que existem antônimos perfeitos? Sei lá. Nunca sei. Mas vejo alguns antônimos, ou quiçá contradições, muito presentes hodiernamente. Vou fixar-me apenas na que mais me intriga no momento: o silêncio impiedoso que se impõe neste mundo cada vez mais barulhento.

Ledor e ledora queridos, por barulho não penso somente das ondas sonoras fortes ou fracas que estão pelos ares. Penso também na poluição visual e no maremoto de "informações" que assolam os ditos meios de comunicação modernos. Pois bem, a sensação que tenho é que todo esse barulho comunica absolutamente nada.

A humanidade continua pensante, mas deixou de fazer reflexão. A informação parece não conduzir ao conhecimento. É tão raro encontrar pessoas capazes de fazer emergir alguma verdade substancial dos fatos que nos cercam. As coisas acontecem, vem e vão. São esquecidas com ligeireza e pronto.

Numa era em que é tão fácil falar, nada se diz. Num tempo em é que tão fácil escrever, nada se lê. Na sociedade do consumo excessivo, nada se tem de verdade. Existirá alguma explicação pra isso tudo? Eu até poderia discorrer sobre algumas suspeitas, mas penso ser desnecessário. Só espero que minha verborragia digital neste blog comunique alguma coisa. Oxalá!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

BIBLIOTECAS

eNTÃO...


Assisto "A vida da gente". Ledora, não sou nem serei afixionado por novela. Apenas mato o tempo, é segunda, meu dia de folga. Hoje pensei na evolução do tempo. Passei parte da tarde numa lan house e presenciei três adolescentes vulcânicos preparando um trabalho sobre religiões para apresentar na escola.

Fiquei inquieto. Na minha adolescência nós revirávamos livros atrás de informações para poder montar um texto e apresentar para o professor. Ver aquelas quase crianças desesperadas, sem saber como imprimir o trabalho, já que não tinham condições pra pagar a impressão na lan. Não tinham pen drive pra levar o arquivo. Mandar por email era inviável porque um tinha impressora sem ter internet e outro, vice versa.

Anotar, nem pensar. Até entendo. Parece que ninguém mais usa bloco de notas e caneta. Mas atentei para o fato de que uma das meninas insistia com a outra dizendo: "Você leu os textos? Tem de ler!". Muito interessante essa preocupação, pois imagino que a grande maioria dos alunos apenas use "ctrl c" + "ctrl v" e pronto.

Isso tudo me faz pensar em quanto estou ficando arcaico. Não consigo crer que se aprenda de verdade apenas marcando, copiando e colando textos em arquivos digitais. Como é que uma adquire conhecimento estrutural de uma outra língua fazendo traduções no google e decorando as respostas? No passado, quando sabíamos, sabíamos de verdade. No presente, tudo parece mero reflexo de uma realidade que existe em outro lugar. Ó, lembrei Platão. Só que na net, ninguém sabe onde esta realidade está de verdade. Paciência.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PÉTALAS BISADAS

eNTÃO...

Devo estar paranóico, não? Tenho falado demais nessas benditas flores que acolhi em minha vida. As dálias são um sonho. Nos últimos dias comprei um pacotinho de sementes. Plantei oito. Agora preciso esperá-las germinar. Plantei umas quinze sementes de margarida gigante também. Ah, e plantei três dentes de alho, em três vasos. Pode isso?

Bem, estou concentrado nas dálias e nos cravos. Por quê? São flores que me lembram a infância. Digo aos amigos que estou na crise dos 30. Mas parece que ninguém além de mim a teve. Rsrrssrsr

Tudo o que lembra meus idos, em Andirá, na década de oitenta, mexe comigo. Tenho me conscientizado de que não tenho mais toda aquela juventude. O pique não é o mesmo. A inteligência também não. Sem dizer no barrigão caindo pra fora da calça. Ninguém merece, né? Consola-me reconhecer que a maturidade cresceu, a prudência se firmou, e a intempestiva impulsividade se conteve. Embora ainda tenha muito a aprimorar.

Agora, plantar é interessante. Põe-se a semente na terra e espera. Como é demorado. De semente pra broto, de broto pra muda. Daí pra florir vai muito tempo. Embora eu considere esse tempo relativo. Quanto mais ansiosos ficamos, maior o tempo de espera. Parece castigo. Sugiro ouvirmos a música "Pirraça", do 3º cd da Vanessa da Mata, tem tudo a ver.

Desejo que todos tenhamos a oportunidade de plantar e esperar nascer. De regar com carinho e cultivar com cuidado.

sábado, 24 de setembro de 2011

COSTUMES

eNTÃO...

Ouço Nina Simone. É quase meia noite de terça, mas esse texto será postado apenas no sábado. A tarde na CADD foi exigente. Por melhor que seja o que temos pra oferecer, às vezes o premiado não conhece ou reconhece o valor do prêmio. E isso deixa as coisas difíceis. Paciência, não deixo de oferecer mesmo assim.

Estou me perguntando sobre hábitos que nunca tive. Isso já foi tema de direções espirituais há muito atrás. Calma, ledor e ledora amigos, darei exemplos desses ditos costumes. Vai lá: não tenho memória de andar descalço, sem camisa piorou, xingar palavrão, tirar proveito das pessoas, comer com avidez, ...

Minha saudosa mamãe me educou de acordo com os padrões do sítio, onde todo respeito e bons modos são poucos. Além disso, minha timidez, meus empregos - onde diplomacia sempre foi indispensável -, minha formação acadêmica: tudo corroborou para isso.

Assim, é-me por demais estranho imaginar pessoas brigando pra entrar ou permanecer sem camisa em ambientes sociais. É esquisito encontrar pessoas indecentementes vestidas na Igreja. Esta fora dos meus conceitos a liberalidade com a qual alguns ambientes são profanados por pessoas "mais livres". Serei eu retrogrado? Serão esses indivíduos mau educados? Talvez a resposta seja simplesmente: "Vocês têm formação diferente!"

Já escrevi demais sem nada dizer de novo, né? Antes de terminar, manifesto, mais uma vez, não saber a resposta destas inquietações. Eu nunca sei! Mas preciso confessar que, apesar de estarmos em 2011, creio em convencionamentos. Há coisas que simplesmentes não podem ser ao gosto do freguês. Chega de anarquias! Chega.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

INQUIETAÇÕES ONTOLÓGICAS

eNTÃO...

São 15h58. Ouço Withney Houston. Ontem me disseram: "O senhor caiu do céu!". Respondi a única resposta possível: "Deus é muito bom, só Ele é!" Bem... Fiquei pensando: "estou mais pra anjo ou mais pra demônio?" - Calma, ledor, não vá dizer: "isso é coisa que esse homem escreva?", afinal, perdoe-me, mas eu sou assim, incansavelmente pensante!

Vejo-me longe dos anjos. Minha vida, minha história, meus estudos, tudo isso me fez ter olhos muito atentos e perspicazes para meus próprios pecados. São muitos! E quanto maior a consciência, mais sérios são os tropeços. Consola-me sentir que estou longe dos demônios também, quando descubro certos despreendimentos e disponibilidades que não podem vir doutro que não Deus.

Verdade é que não sou anjo nem demônio. Sou um homem, como outro qualquer. Com minhas lutas, meus ganhos e minhas perdas. Todos somos, não? Deus deve divertir-se com as coisas que a gente faz... Algumas horas deve sofrer, também - se é que isso é possível! Imagino o céu torcendo por nós e, por vezes, inconformado com as coisas que a gente faz! Que situação, não?

Aff... Nem sei o que estou tentando dizer. Nunca sei. Saiba, ledora querida e fiel, permanece um conselho que ouvi de um grande homem - de metro de meio de estatura - há sete anos atrás: "continue com sua gratuidade". Deus, sempre divinamente providente, entende as coisas que a gente não entende. Que Ele reja o mundo.

Misericórdia, Senhor.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

FASCINAÇÃO...

eNTÃO...

Estou ouvindo músicas de Silvio Caldas. Conversando com uma avó de primeira viagem esses dias, senti-me instigado a refletir sobre esses momentos únicos na vida das pessoas. A família crescendo não só em número, mas também em qualidade.

Dá pra negar que uma nova vida no seio familiar nos aprimore humanamente? É mesmo incrível como aqueles seres pequeninos, frágeis e inacreditavelmente belos conseguem mudar a vida de quem os rodeia. Há quem diga que todos têm cara de joelho, nem discuto. Agora, fala a sério: que são joelhos lindos. E mesmo quando choram, às vezes nos fazem sorrir tamanha candura.

Também há quem defenda como razão pelo nosso fascínio o fato de serem imensamente dependentes de nós. São criaturinhas indefesas, não fôssemos nós, embasbacados por elas, como sobreviveriam?

São bênçãos, que não se contentando em acordar à noite, acordam todo mundo da casa. Nos obrigam a aprender a dar banho, a trocar as fraldas, a entender seus resmungos de fome, de dor de barriga, de sono, etc, etc, etc...  Exigem muito e recompensam apenas com sua presença cheia de perspectivas e de possibilidades. O que já é um enorme pagamento. Alguém discorda? Se discordar é porque ainda não descobriu as melhores coisas da vida.
Tudo bem, meus queridos ledor e ledora, vocês estão pensando: "Ele nem sabe do que está falando!" Confesso que ando com vontade ter um neto também, mas... paciência. Deus os abençoe, abração.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

PSEUDO NOSTALGIAS

eNTÃO...


Há muito tempo desejo um cd do Antonio Petrônio. Talvez um dia encontre e, fatalmente, adquira. Fato é que, assistindo-o no youtube deparei-me com esse vídeo e, apaixonei-me por essa música, até então, desconhecida minha. Entristeço-me por não poder sentir saudades dos bailes de antigamente: deles não participei. Aliás, nem dos de hoje eu participo, rsrsrsrs. Nunca fui a um baile!

Creio não podermos dizer que as belezas e as tristezas de ontem sejam maiores ou menores que as de hoje, afinal, cada coisa a seu tempo. No entanto, se pudesse, gostaria de voltar algumas décadas, conhecer o tempo de meus pais e avós. Descobrir aquele mundo onde tudo, aparentemente, era mais distante, e as pessoas conseguiam olhar para a vida com maior naturalidade.

É... Queria sentar-me à mesa do passado, comer os bolos simples, os pastéis de massa de pão, as carnes de lata, o arroz e o feijão colhidos do quintal. Queria ver meus irmãos nadando nos "corgos" e açudes. Ver minha mãe costurando as roupas de saco. Rir e chorar vendo as lavadeiras nos rios, batendo as roupas em seus tanques de tábua. Dançar respeitosamente nas festas de casamento. Caminhar quilometros, no domingo, para participar da santa missa.

No fim, voltaria para o nosso presente, com certeza. Apesar de confeitado, gorduroso, salgado, artificial, hedonista, materialista e, consequentemente, fútil demais, é o meu tempo, é o meu lugar, é a minha vida. Aff... Sei lá o que quero dizer com isso tudo. Talvez o texto de hoje seja apenas um desabafo. Ledor, tire suas próprias conclusões, por favor. Abração.

domingo, 18 de setembro de 2011

ADÃO E EVA NO PARAÍSO...

eNTÃO...

Ouço Gal Costa. Quinta feira tivemos uma reunião muito importante. Estiveram presentes representantes das paróquias da cidade, do 2º Batalhão da Polícia Militar, do Núcleo Regional de Ensino e da Associação Comercial da cidade. Discutia-se um modo de colaborarmos com os sofredores do oriente africano.

Antes da reunião, falamos sobre a zona azul na cidade. Parece bom para o comércio. Dá vagas para os clientes se aproximarem mais das lojas, uma vez que antes o espaço nas ruas era ocupado pelos funcionários das empresas do centro. Isso é verdade, com certeza. Também é verdade que os mesmos clientes gostariam de poder se aproximar das lojas sem ter de pagar o R$ 1,00 (hum real) cobrado por hora.

Tem havido reclamações. Tem gente se recusando a pagar. Tem gente sendo multada. Tem funcionários de lojas sendo obrigados a andar alguns quarteirões. O pátio da Igreja está super lotado, com frequência, desde então. Há quem defenda um tempo de tolerância. Há quem o negue. Sei lá o que pensar, afinal, se quer estacionei em zona azul aqui em Jacaré Pequeno.

Intriga-me pensar no futuro. O número de veículos na cidade cresce a cada dia. Todo mundo quer ter automóvel ou moto. Entendo isso. Mas a realidade testemunha não haver espaço hábil para tal. O mundo é ao mesmo tempo enorme e minúsculo. E se o mundo é assim, que dirá o ser humano? Queremos tanto, temos muito, mas jamais alcançaremos o todo. Como ensinaram os filósofos antigos, é hora de revalorar o material e o espiritual e redescobrir o verdadeiro caminho da felicidade. Deus nos ajude!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

REALIZAÇÕES

eNTÃO...

São 20h18. A vida tem umas coisas interessantes. Alguns meses atrás eu postei sobre o projeto de participar de uma missa pelas pessoas com depressão. Também meses atrás, citei que, de modo inesperado, um sonho, que carrego desde criança, se realizou: ganhar uma muda de cravo. Pois bem... A missa aconteceu e o primeiro cravo floresceu.

Ademais, logo após a missa pelas pessoas com depressão, fui presenteado com oito batatas de dálias. Foi uma grande realização. Meses atrás fiquei encantado com uma dália que vi num cemitério distante daqui. Eu nem sabia o nome da bendita flor. Demorou pra descobrir. Mais ainda pra encontrar alguém que a tivesse. Prometeram e não me deram. Quem não prometeu, trouxe, e trouxe bastante. Plantei e espero a primavera, tempo propício para a brota das batatas de dália.

A vida tem acontecido de um modo muito interessante. Talvez sejam meus olhos. Todavia percebo um mistério pairando no ar. Não um segredo, um mistério. A gente sonha, deseja, às vezes planeja, às vezes não, e tudo vai se dando conforme a vontade de Deus. Alguns dos nossos planos se realizam e outros não. A vida, no entanto, permanece linda. Não sou romanesco nem piegas, ou ao menos penso não ser. Tenho me encantado com essas coisas, porém. 
O grande elan talvez seja saber esperar. Ser feliz com o que se tem e o que se falta. Extasiar-se com as belezas e maravilhas do dia a dia. Enfrentar com maturidade os desencontros e as tristezas. Ser grato a Deus por tudo.




quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PAIXÕES

eNTÃO...

Estou ouvindo Zizi Possi. Sinceramente: "gosto dela não". É uma cantora de voz linda e técnica irrepreensível, mas não toca meu coração. Paula Fernandes também não! Paciência. Ninguém é unanimidade, e uniformidade dizem ser sinal de burrice.

Segunda feira entrei num estúdio para gravar três músicas. Aff... Eu só queria entender por que eu faço essas coisas! Deparei-me com arranjos belos e totalmente inesperados, uma vez que me lembro ter combinado voz e violão. Não estou reclamando, apenas relatando, afinal, a produção, simples e de poucos recursos, de fato ficou bonita!

Como não conhecesse os arranjos, a colocação de voz foi exigente. Gostei disso. Desafios me fascinam. Aguardei menos de 24 horas e lá estavam as músicas mixadas  no meu email. Há dois dias não paro de ouvi-las. Até onde vai isso, meu Deus?

Pois é... O doido é que duas das músicas nasceram há mais de um ano, quando eu ainda morava sob a proteção da Santa das Rosas. Letras que retratam bem demais coisas que eu estava sentindo naquele momento específico, e que, simultaneamente, me fazem entender o presente de minha história. Aquelas músicas me impulsionavam para cá, embora não soubêssemos.

Quem explica? Creio que apenas a graça de Deus. A cada dia me conscientizo de que não nasci pra cantar. Pra compor, pior ainda! Mas não sei viver sem música. Padeço desse delicioso mal, sofro dessa maravilhosa prisão. Resta-me entregar-me à esta sina cruel e fantástica. Vigi... Escrevi nada com nada dessa vez. O próximo texto há de ser melhorzinho.

Ledor e ledora queridos, abração.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MARCAS...

eNTÃO...

São 23h11. Ouço o cd "Força Maior", do meu amigo Pe. Jorge. Há tempos desejo escrever, mas me faltaram tempo, ânimo, confiança. Tive muitas vitórias nos últimos tempos. Tive muitas derrotas também. As conquistas, em geral, são vistas e até celebradas por muitos. Os fracassos têm sido só meus. Talvez isso me tenha afastado do teclado. Que Deus me dê uma força maior.

Esses dias eu me perguntava: "existe coisa mais asquerosa que uma barata?". Duas quiçá! Rsrsrsrs... Bem. Passei veneno em casa uma quinzena atrás. O rótulo dizia que a ação permaneceria semanas. Isso me fez prestar atenção. Tenho percebido que, de fato, o inseticida tem mesmo protegido minha casa, apesar de minhas narinas não captarem mais seu cheiro.

 Sim, ledor, entrei em uma daquelas minhas inexplicáveis locurações. Tentei resgatar, de minhas memórias, situações, lugares e pessoas que, como aquele veneno, muito embora já se quer possam ser captadas por meus sentidos, ainda marcam minha vida, meus pensamentos, e até minhas escolhas. Claro, redescobri o quanto algumas pessoas foram e ainda são deveras importantes pra mim. Desvelei amores pueris e juvenis, e findei por vislumbrar amores maduros.

Isso tudo encanta, mas gera temor também. Olhar para trás obriga a reconhecer o quão efêmera é a realidade material e como é ágil o tempo em que vivemos. Sei lá o que estou dizendo, nunca sei. Confesso que quero amar a vida e todos ao meu redor, enquanto ainda há tempo. Bjo no coração de todos.