quarta-feira, 2 de março de 2011

MIGRAÇÕES

eNTÃO...


São 21h08. Ouço o novo cd de Aline Barros. Constantemente aparecem pessoas pedindo alguma doação para voltarem pra casa. É difícil acreditar. Tem cada história impossível, que nem Silvio de Abreu escreveria na novela das sete. Paciência, é o ofício dessa gente. Nós é que devemos estar atentos e espertos.

Há algumas semanas vi um desses migrantes feliz por ter conseguido uma passagem. Ele contava feliz ao vendedor que uma boa alma lhe ajudara. Como eu conhecesse quem o contemplara, não sei se se tratava realmente de boa alma. Hoje, vislumbrei o sorriso doutro desses andarilhos das estradas. Ele dizia: "nem acredito que estou finalmente voltando pra casa". Sorriso e olhar pareciam verdadeiros. Mas, como canta Joanna, "alguma coisa não me convenceu".

Todavia, confesso ter-me compadecido ao imaginar a dureza desse tipo de vida. Estar longe da família, de casa, dos amigos de outrora, só no mundo, à beira de uma estrada, à merce de sol e chuva, ansioso pela bondade de uns e temeroso da maldade de outros. Ademais, doeu-me visualizar os olhos desconfiados daqueles para quem se pedira um socorro. Pior ainda ouvir a dureza e o preconceito evidentes na negativa oriunda de tantos lábios.

Triste vida ou vida triste? Sei lá. Quando adolescente senti vontade de tornar-me mendigo. Não se assuste, querido e fiel ledor: eu sou assim mesmo, penso de tudo e em tudo! Só por Deus, né? Que a Providência Divina cuide desses irmãos peregrinos, dos bons e dos não bons. Que o Senhor não nos permita fazer-lhes mal, nem eles a nós. Amém.

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