domingo, 27 de fevereiro de 2011

EXPERIÊNCIAS VITAIS

eNTÃO...

São 13h35. Ouço Ney, num cd só com letras do Chico: dois artistas indispensáveis. Estou devendo alguns textos para os leitores do blog: um sobre o caquizeiro, um sobre abraço, um sobre vida noturna. Escreve-los-ei, aguardem e confiem. Hoje soube do suicídio de um amigo: que sensação ruim.

Meus dias andam corridos. Tenho trabalhado bastante, graças a Deus. "É a melhor forma de garantir o leitinho das crianças", rsrsrsrs... Mas vejam, ontem tive a oportunidade de jantar com o arcebispo de Cascavel. A família que o recepcionou convidou-me e fui. Numa casa simples, de gente humilde, cujo carinho e atenção valeram-nos como jóias preciosas. Vitória verdadeira não é ter milhões no banco e sim ter Deus no coração. Não há novidade nesta afirmação, porém é sempre bom recordá-la.

Estar com aquela família foi-me evangelizador. Estar com tão ilustre epíscopo também. Ele é famoso em Jacaré Pequeno, porém é de um tempo em que eu ainda não residia aqui. Encontrei-me com ele em outras oportunidades, sempre, contudo, em ocasiões formais. É um homem muito agradável, ao menos informalmente...

Tenho tentado deixar Deus falar comigo nessas situações de vida. Desejo aprender coisas novas a cada dia: tanto acadêmica quanto vivencialmente. O sorriso, o olhar, as lágrimas, os anseios, a boa vontade, o sofrimento, a esperança, o acolhimento, a rejeição, o desprendimento, a partilha, as sugestões, as críticas, os erros, os acertos, enfim, tudo me influência, faz-me pensar, faz-me rezar... Parece loucura tem horas. Concluo com versos de Gonzaguinha: "é assim o meu jeito de viver o que é amar".

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ABRAÇO

eNTÃO...

São 17h04. Ouço Sarah Vaughan. Certa vez disseram que "o amado jamais será capaz de entender a razão de ser amado". Essa afirmação fez-me pensar vários dias. O que há em mim que possa tornar-me querido de alguém? O que há em outrem que possa torná-los queridos meus?

De quando em quando fico memorando como conheci ou como aproximei-me de determinadas pessoas. Com algumas vivi situações inusitadas, com outras, momento totalmente naturais. Que designio divino fez com que esta e esta pessoa se fizessem tão especiais para mim? Será que existe uma resposta?

Eu e minhas questões! Reflito, na verdade, o seguinte: como é bom saber que entre tantas pessoas no mundo, algumas parecem destinadas a integrar a vida da gente. Olhando de perto, tais indivíduos talvez nem tenham algo de tão especial ou raro. Todavia conseguiram o grande feito de nos cativarem de tal forma que chega a parecer-nos impossível imaginar a vida sem elas.

Proponho ao querido ledor que liste, ao menos mentalmente, as pessoas em sua vida que se encontram nessa situação: indispensáveis: no seu aniversário, no seu msn, no seu orkut, na agenda do seu celular, na hora das suas dúvidas, mesmo no seu momento de descanso.

Esse rol, provavelmente, não seja grande. Mesmo pequeno, é especial, néh? E por essa relação, faço nova proposta: que tal rezarmos uma Ave Maria em gratidão a Deus por essas vidas tão simples e tão incomparáveis?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

COMPROMISSO SOCIAL

eNTÃO...

Citronela
São 06h29. Ouço Pe. Cleidimar. Faz tempo que não escrevo, né? O tempo anda escasso. A dengue tem se aproximado. O número de amigos enfermos cresce a cada dia. Temos rezado. É, todavia, muito preocupante essa situação. Digo: uma doença que, em tese, se controla com boa higiene, tem-nos forçado a comprar veneno, citronela, pulseiras, etc...

Como fazer para que as pessoas se conscientizem? Claro que muitos dos contaminados podem ter sua residência impecávelmente limpa. O mais distante cidadão do município, contudo, poderia ser a causa do mal estar de qualquer um. Que doidera! Essa epidemia acaba nos fazendo, mais uma vez, entender como estamos intimamente ligados uns aos outros. O erro de um prejudica a todos, assim como o acerto de apenas um beneficia também a todos.

Percebe-se, tristemente, através da situação atual, que a indiferença e a ignorância findam por reinar entre nós. A cultura do "dá nada não" ou do "isso não vai acontecer" enraíza-se mais e mais. Pior é imaginar que maus hábitos estejam de tal modo inseridos no comportamento rotineiro que esclarecimentos, explicações e mesmo súplicas estatais e sociais não consigam mudá-los. É a ferrugem que corrói os elos dessa grande corrente chamada humanidade.

Que fazer? Continuar lutando pela boa formação de consciência da população. Investir em educação. Investir em saneamento. E rezar muito, muito mesmo. Pedir que Deus nos converta. A tentação pelo mais fácil e menos responsável é presente na vida de todo cristão. Oxalá não caiamos nessa e nosso comportamento jamais se torne um risco à saúde ou à vida de outrem. Grande abraço a todos, com sincero desejo de saúde e proteção.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

CAMINHADA

eNTÃO...


São 07h02. Acordei antes das seis. Ouço "Agradecimento". Há um ano eu estava de mudança. Deixava o colo da mãe Imaculada para viver no roseiral da jovem de Lisieux. Aquele dia será inesquecível. Tudo mudou tanto de lá pra cá! Eu deixava boa companhia, um ministério agradável, uma comunidade que me realizava. Um ano depois, ainda sinto com pesar meu itinerário...

Esse último ano foi um tempo de crescimento. Acho que minha fé aumentou a custo de muitas lágrimas. Seis meses lá, seis aqui, vejo que poderia cantar com Elis Regina "nada será como antes". Nunca é. Creio e preciso crer no Reino de Deus. É a utopia que me sustenta. Há horas em que me identifico com a mulher adúltera: jogado num centro, com acusadores e pedras em volta. Conforta-me o olhar misericordioso de Jesus. Sim, o olhar, não o coração.

Entrei num trem andando. Nele estou. Vultos importantes viajaram por aqui, cujas sombras sempre se imporão. Quem sou eu numa história de 25 anos e com tantos dinossauros? Só mais um que passarei por aqui. E há quem diga que passarei logo. Quiça essa seja a razão para que a família que melhor me acolheu nem more aqui.

Existe, no entanto, dentro de mim, um adulto obstinado e um menino sonhador. Sou um homem grato a Deus e feliz por ser quem sou. O amor do Senhor ensinou-me a amar-me. Meus textos, às vezes, parecem depressivos, né? Rsrsrsrsrs... Espero não passar essa idéia, o que sou na verdade é reflexivo, pensador, "inquieto e inquietante". Talvez morra com saudades do ninho aconchegante da Igreja Mãe, mas jamais deixarei de bater minhas asas pelos ares que o Senhor me indicar.

Esse texto dispensa comentários. Não escrevamos nem falemos sobre ele. Ele diz tudo.
Amigos e fiéis leitores, Deus abençoe a todos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

PALAVRÕES

eNTÃO...

São 21h32. Estou com fome e ouvindo "Agradecimento" na linda voz de duas jovens muito simpáticas e talentosas. Escrevo na noite do domingo, mas o texto vai pro blog apenas na tarde de segunda!

Há pouco, pelo msn, me perguntaram se estava bem. Respondi "mais ou menos". Por quê? Existe muita gente chata no mundo! E é verdade: tem mesmo. Esse assunto fez-me relembrar algo de que às vezes nos esquecemos. Essa gente chata é importante. São nosso trampolim para o céu. É aprendendo a amá-las que conseguiremos nos aproximar de Deus. Mega desafio, né?

Quando mencionei as pessoas chatas para esse meu contato, confesso que estava sentindo um desejo enorme de dizer uns pesados palavrões, aqui, sozinho no meu quarto. Não os disse! Graças a Deus. Dei-me conta, depois, ouvindo essa música, que também há gente legal. Essas meninas gravaram com tanta boa vontade, não só porque pedi, mas também por amor à paróquia que frequentamos. O arranjo foi feito com o melhor daquele rapaz!

Se os chatos talvez merecessem palavrões, não os receberão, ao menos de mim. Afinal, a verdade é que eu sou bem chatinho também. Já os legais têm minha gratidão, meu respeito, meu carinho. Aqueles que estão dispostos a somar são, de fato, pessoas cujo coração está cheio de Deus. E creio que, se são minoria, não são, de forma alguma, poucos.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

INTERCESSÃO

eNTÃO...


SACODJE
 São 16h06 do sábado, mas postarei apenas na tarde do domingo. Ouço 14Bis. De casa, ouvi o som de alguns jovens orando. Que sensação gostosa! Jovens, belos, num sábado à tarde, com toda a boa intenção, buscando a Deus.

Um primeiro pensamento seria o de raridade? Não se vê tal fato com frequência! Valorizo-os por isso. Não obstante, creio que seu maior valor não está em fazer o que poucos fazem, e sim na obstinação positiva.

Fascina-me a capacidade destes jovens de disporem-se ao Reino. Têm: limitações, medos, angustias, sonhos, incertezas... são jovens. Uma candura peculiar, um desejo sincero e uma beleza divina permeia seu sorriso e seu olhar. Os percalços do dia a dia, por mais que os abale, não os desvia de caminho de seu Deus.

São-me sinais. Recordam minha juventude, com meus altos e baixos: respeitadas as devidas anacronias, claro. Alertam-me para minha maturidade e exigem de mim uma postura próxima, embora sempre distinta. Ufa... Conviver com os jovens "né brinquedo não". Embora seja bom.

Escrevi muito de novo! Perdão! Só quero findar dizendo ao SACODJE que permaneça firme. Vocês não vão acertar sempre, porém tentem sempre. Vocês não vão conseguir tudo o que desejam, todavia lutem por tudo. Vocês não vão ter todo o espaço que merecem sempre, entretando na maioria das vezes hão de conseguir. Contem comigo. Vamos lá. Tamo junto e misturado! Abraço.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

REAÇÃO

eNTÃO...

 São 00h19. Ouço André Valadão. Devia estar dormindo. O Pe. Monsenhor Souza me disse algo interessante ontem. Mencionei estar arrumando minha sala de trabalho, uma vez que muita "tranqueira" lá estava depositada. Ele, engraçadinho, falou: "Você precisava reagir, né? Se não acabaria se sentindo uma tranqueira".

E o intuito do comentário era jocoso. Todavia fiquei pensativo. Há pessoas que fazem com que nos sintamos porcaria mesmo. Quem nunca se sentiu um lixo após ser mal tratado, desrespeitado ou ignorado? Horas ruins das quais muito frequentemente preferiríamos não nos lembrar. Mas sempre lembramos, com dor no coração e uma pontada aguda e dolorida de mágoa.

A sala ficou toda reviravoltada. Para organizar, necessitei desorganizar. Tirar tudo das gavetas, espalhar pelo chão e sobre a mesa. Olhar, separar, distinguir, valorar e desvalorar, destinar. Ufa... sei lá quando terminarei, entretanto vou em frente. É minha reação!

Sim, é mister tomar atitude. Sem violência, colocar cada coisa em seu devido lugar. Não somos nem podemos nos deixar tratar ou misturar a tranqueira alguma. E se para defender nossa dignidade for necessário bagunçar tudo primeiro, baguncemos!

Querido e fiel leitor, não me considere anarquista, por favor. Apenas me entenda bem: misturar-se e esquecer-se na massa, anulando-se, sem razão, é um crime contra si mesmo. Repito: sem violência! Incluo: sem arrogância, sem competições, sem vaidade exacerbada, saibamos ser com o outro, oferecendo e recebendo o devido respeito. Assim seja, ao menos entre nós cristãos. Abração pra todos.

NA ETERNIDADE

eNTÃO...



"Na eternidade": há três anos ouço essa música e emociono-me!

Quando, com 20 anos, saí de casa, mamãe forçou-me a telefonar toda semana. Amiúde irritei-me com isso, boicotei ligações. Que tristeza... Queria poder falar com ela agora! Narrar meus sentimentos, meus medos e cansaço. Mencionar todas essas mudanças. Podia contar-lhe qualquer coisa, mesmo as que não entendesse. Pois me sentiria contemplado e acolhido com certeza.

Que saudade de seus poucos cabelos. Do cheirinho do shampu de bebê que, às vezes, usava. De deitar-me a seu lado na cama. De coçar-lhe as costas e cortar-lhe as unhas. De cozer o macarrão que ela gostava tanto. De beijar-lhe as bochechas e abraçá-la apertado. Coisas que na época pareciam tão pequenas e, em certas ocasiões, até incômodas, fazem tanta falta hoje...

Sendo simples e pobre, ela me ensinou a rezar. Lia histórias bíblicas pra mim quando eu era criança. Deu-me o testemunho de uma devoção mariana intensa e pura. Incentivou-me e aconselhou-me. Acreditou em mim mais do que eu jamais poderei acreditar. Esperou em Deus quando ninguém mais esperava. Apostou no impossível até o último instante de sua vida.

Tinha seus pecados e suas limitações, sim, mas foi a melhor mãe que eu poderia ter. Embora seja tranquilo em relação à morte, tenho saudades. Confesso essas coisas sem vergonha de cair naquele lugar comum que todos repetem: "dê valor às pessoas que ama já, não deixe pra depois". O depois pode não existir. Consola-me a crer que em Deus nos reencontraremos logo. Amém.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ENTREGA

eNTÃO...


São 18h29. Ouço "Entrega". Ontem acordei arrependido da gravação. Tudo foi um grande erro: um passo apressado, um passo mal dado. Meu coração doeu. A dor do arrependimento. Tal qual uma ausência que se abre dentro de nós. Quase um sentimento de perda, como que se uma parte de nós se tivesse esvaído para sempre.

A razão disso? Nunca sei! O cd foi para uma realização pessoal. Não foi para auto exposição: mal falo dele. Ele jamais almejou lucro, e nunca esperou por sucesso. Ele era um desafio. Um desejo de gerar vida. Uma busca impensada de ter no mundo algo que tivesse saído de mim, mas não mais me pertencesse. Talvez ele tenha sido a sublimação do instinto inato em nós por paternidade.

Sem falsa modéstia afirmo: "Ele é lindo!". É sutil. Como eu, ele é tímido e discreto. É raso em estilo literário e ralo em originalidade. É, ao mesmo tempo, profundo em sentimento, denso em conteúdo e rico em musicalidade. Um recado para Deus, compartilhado com o mundo. Um convite para o mundo entregar-se a seu devido Senhor.

Ele reconhece o Rei do Universo e lhe declara seu amor, entrega-se todo, comprometendo-se com esse Deus que perdoa o arrependido e se-lhe-faz o mais precioso bem. Clama por força na tentação e busca a restauração numa prece que leva à adoração. Ele celebra a amizade e confessa que só o Senhor merece todo louvor.

Penitente, peço perdão por esse capricho e mais juízo no futuro. Pra quem nunca ouviu, segue abaixo o link de algumas músicas. Abraço.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CAMINHOS...

eNTÃO...

São 20h42. Estou ouvindo músicas românticas na voz da Eyshila. Há uns dez anos atrás me disseram: "Acho que você está no caminho errado. Eu o vejo sozinho, num quarto, pesquisando, lendo, escrevendo. Não no meio de gente!".

Nunca discordei dessa teoria. Talvez me desse muito bem numa vida solitária, cuja a única companhia fossem os livros e as teclas. Sou feliz quando aprendo coisas novas e interessantes. Produzir um bom texto já me foi causa de intensa dedicação. Através dele, poderia ser sem ser, falar sem mover os lábios, criar e destruir sem tocar ou visar. Atingir sem bater e ser atingido sem me desvelar.

Há menos de dez anos me fizeram uma proposta nada indecente, todavia insana. "Por que não abandonamos tudo e vamos pra Bahia vender coco na praia?". Às vezes cogito essa possibilidade. Quiçá jamais fosse um bom vendedor de coco. Mas penso que poderia me realizar no dia-a-dia da simplicidade de um serviço tão discreto e comum.

Itinerários diferentes entre si e abissalmente distantes dos passos que tenho dado. E mesmo naqueles acima citados, eu poderia ser um bom cristão. Até melhor do que sou agora! Não amigo leitor. Não me sinto em crise, apenas questiono a realidade e suas possibilidades. Por quê? Sei lá. Compôs o grande Caymmi "eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim".

Que sejamos felizes sendo quem somos, sem remorsos do passado nem fantasias do futuro!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

MISTÉRIOS...

eNTÃO...

São 19h28. Ouço, ao longe, a missa que está sendo presidida pelo Pe. Heriberto. Acabo de escrever para o bispo. Espero receber uma boa notícia dele em breve. Se ela vier, publicarei. Rsrsrs... Durante o almoço, partilhei com amigos de um mistério que me intriga diariamente. Como explicar o fato de estarmos aqui?

Não me refiro a estar vivo. Mas a manter-me atuante na Igreja. Comecei, ainda adolescente, participando da Legião de Maria. Envolvi-me com a RCC e, depois, com a Liturgia da Paróquia. Isso tudo em minha cidade natal, que chamo de Cidade Morcego. Em Jacaré Pequeno, estou com todos sem ser de alguém. Interajo com pastorais e movimentos com liberdade e boa aceitação... pelo menos é o que sinto! E estou aqui...

Os amigos aos quais me referi, há uns quinze anos ou mais estão por aí (na Igreja), cantando e tocando. Eu estou por aqui (ativamente na Igreja) desde 1994. Quantos outros já tocaram, cantaram, pregaram, leram, ornamentaram, intercederam, visitaram e etc conosco, e hoje perderam-se da comunidade e estão nos caminhos do mundo?

Isso é o que considero misterioso. O amor de Deus nos enlaçou de tal forma que, mesmo se quisêssemos abandonar essa vida, parece que não conseguiríamos. Não me imagino sem Eucaristia. Não me imagino sem fé. Não me imagino à parte totalmente da religião. Por que isso nos acontece? Não quero uma resposta. Quero apenas contemplar a pergunta e, mergulhando nela, fortalecer em mim a certeza de que a escolha não é minha, é de Deus.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

LIMITES

eNTÃO...

São 17h31. Ouço músicas religiosas sortidas. Preciso redigir logo, daqui a pouco é hora da Eucaristia. Não posso perdê-la nem atrasar-me.

O que é um canto? O vértice em ângulo reto de algum sólido? Nem precisa ser um ângulo de 90°. Há momentos em que nos sentimos num canto, esquecidos. Momentos há em que desejamos estar num canto, sozinhos e em silêncio...

Os cantos físicos são lugares psicológicos de sentido muito particular. Num canto posso sentir-me acuado, mas também protegido. Pelo menos de minhas costas não me sobrevirá perigo algum. Num canto posso sentir-me abandonado, desvalorizado, afinal, o precípuo costuma estar no meio. Mas num canto também posso sentir-me aconchegado, pois tenho onde recostar-me e descansar...

Saiba, estimado leitor, que, pra mim, o canto é o lugar das flores. Estas belas criaturas dão leveza e valor a um espaço que poderia ser apenas um lugar difícil de limpar. Concordo que sua beleza lhes poderia garantir o centro do cômodo em que estiver. Mas creio que sua nobreza consista em estar onde mais é necessária, e não onde mais possa se aparecer.

Esse texto está esquisito, né? Sei lá o que quero dizer, quero apenas dizer! Nem sempre se consegue estar onde se deve. Estar onde se quer é mais difícil ainda. Que Deus me dê a humildade de aceitar os cantos onde ele me puser e a nobreza de servir da forma certa, sem revoltar-me por não ter o que me apraza. Amém.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

REINO DE DEUS

eNTÃO...

São 10h04. Estou ouvindo Zizi Possi. Faço pausa no trabalho para escrever. Que o chefe jamais leia isso!

Vi cenas interessantes ontem. Um homem comprando materiais escolares. Como estivesse meio perdido, a vendedora deduziu ser para doação. O homem confirmou. Colaborando, o dono da papelaria ofereceu-lhe 10% de desconto.

À noite, após a missa de Apresentação do Menino Jesus e da bênção das gargantas, ouvi uma mulher procurando casa que pudesse alugar para um morador de rua que ela estava ajudando a recuperar. Essa senhora o acolhera e o estava evangelizando. Eu que o conheci antes e o vejo agora, percebo notadamente que não só suas roupas estão limpas, mas sua alma é mais leve e feliz.

Esses eventos fortaleceram minha fé no Reino de Deus. Há gente boa espalhada por esse mundo capitalista e desumano em que vivemos! E creio: fazemos parte desse admirável conjunto de homens e mulheres que não só valem a pena, mas a galinha toda!

Fundamental é não perdermos a utopia de que um mundo melhor é possível! Esse melhor se concretiza nos grandes, mas também nos pequenos atos diários de honestidade, verdade, justiça e amor que praticarmos. E o Reino é de Deus, não nosso, pois só edifica essa construção aquele que se encontra, é amado e se apaixona pelo Senhor Jesus.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

RN - MEMÓRIA FOTOGRÁFICA


eNTÃO...

São 11h59. Preparo-me para tomar uma sopa. Nesse vídeo estão algumas das imagens que consegui registrar antes que minha câmara fotográfica quebrasse (buábuá...). Um dia volto lá!

O blogger é meio pequeno, mas creio que dará pra ter uma noção dos lugares onde estivemos.

Em breve postarei um novo texto. Aguarde e confie.
Muito grato a todos pela leitura assídua, pelos comentários por aqui e pessoalmente.
Deus os abençoe.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ENOLA

eNTÃO...

São 23h19. Ouço Ella Fitzgerald. Esta segunda-feira foi super puxada. Peguei no batente antes das oito. À tarde, uma pessoa querida me ligou pra falar do blog. Fiquei feliz. Eu realmente pensei que ela ainda não o tivesse lido. Chamaram-me a atenção as conclusões a meu respeito tiradas a partir da leitura. Entre os adjetivos certeiros com os quais ela me caracterizou, uma palavra que há anos percebi ser a essência de minha alma finalmente apareceu.

Muita gente já me perguntou o significado de "enola" e sempre me esquivei de responder. "Enola" sou eu! É minha essência. É o adjetivo que me define. Claro que as letras estão devidamente trocadas e embaralhadas... É uma questão de segurança (rsrsrsrs)! Constatar, todavia, que, nas entrelinhas de meu texto, alguém, finalmente, me entendeu causou-me um bem estar imenso. Não sou tão complexo assim, né?

Tenho lido uma coleção de artigos que fazem análise filosófica da personalidade dos principais super-heróis dos quadrinhos americanos. Sobre Kalel, o autor comenta a necessidade que tem de se sentir aceito. Intrigou-me tal informação. Constantemente nós desejamos a aceitação alheia. Também constantemente nos sentidos tentados a escondermo-nos sob máscaras. Tentamos parecer o que achamos que os outros querem que sejamos. E com isso nunca nos sentimos realmente acolhidos.

Creio que meu texto hoje está meio perdido. Ah, penso isso de todos os que escrevi até agora! Não sei se o post pergunta ou se responde. Espero que nos faça refletir. Acredito que o caminho seja descobrir o melhor modo de apresentarmo-nos aos outros. Ser quem sou, sem ser violento, ofensivo, opressor. Ser quem sou e ao mesmo tempo ser agradável, sensível, verdadeiro. Vejo-me obrigado a terminar como já o fiz em outras postagens: "Deus nos ajude".