quinta-feira, 21 de julho de 2011

DEFINIÇÃO

eNTÃO...

São 21h. Meus olhos doem. Ouço Eyshila na rádio uol. Não sei se entitulo a esse post de Richter ou de Protagonistas. Já compôs Catulo da Paixão Cearense: "Como definir o que só sei sentir?". Tem dias, ou melhor, tem tempos em que tudo parece ruir de tal forma que nos dá a impressão de não sobrar pedra sobre pedra no final. Vivo isso. Seria a hora de mudar tudo? Abandonar crenças e pessoas tão próximas para construir algo novo sobre os escombros?

Calma, ledor. Não, não estou pensando em abandonar meu caminho com Deus. Estou locurando assim: se minha vida fosse um vídeo game, não estaria na hora de mudar de fase?; se fosse uma série, não estaria na hora de mudar de temporada?; se fosse uma partida de futebol, não estaria na hora de fazer alterações, trazendo para o campo alguns que estão no banco e mandando para o vestiário alguns dos que estão jogando?

Ando bem misterioso ultimamente? Hoje, mais uma vez, fui incompreendido, e de forma pueril. Todo um clima ruim se formou. E não passará tão cedo! Temo as consequências. Vislumbro uma libertação necessária e dolorida. Ah, meu Deus, faze o quiseres!

Amanhã estarei em minha terra natal num velório. Um personagem importante de minha infância faleceu. Outra sensação estranha. O tempo está se passando e homens e mulheres, outrora tão fundamentais, estão indo. É o destino de todos: a morte. Não a temo, mas não estar preparado pra ela, sim. Enfim, protagonistas vão se alterando em nossa história. De repente se vêem coadjuvantes e, quando menos se espera, estão apenas nas boas e saudosas memórias.

Um dia estaremos todos com Deus, sem terremotos físicos, emocionais ou espirituais. Eu creio, espero e disponho-me... Antes de terminar, apenas para não perder o costume, devo escrever: "sei lá..."

terça-feira, 19 de julho de 2011

#@!#@!#@!#@!

eNTÃO...
São 13h05. Estou me perguntando qual o antônimo de hipocrisia. Sinceramente, não sei. Pior é que já não sei exatamente o que é hipocrisia. Seria a situação concreta de vida onde se faz objetivamente algo do qual se fala o contrário? Ou seria falar com veemência de algo que não se vive na realidade? As perguntas parecem iguais mas há tênue diferença entre elas.

Não é, todavia, a questão linguística que me incomoda agora. Há posturas tão verazes e pontos de vista tão sinceros colocados sobre fatos, tornando-os, aprioristicamente, tão coerentes que, por mais que idôneos juízos contrários se manifestassem, ainda assim a coerência permaneceria intocável.

A incógnita maior, no entanto, é que tais idôneos juízos contrários também se apresentam, não raro, articulados sobre uma coerência interna por demais verdadeira, de tal forma que os mesmos não podem, igualmente, ter sua integridade lógica e ontológica colocadas em cheque. Daí se deduz a grande e filosófica questão: "se ambas, apesar de contrárias, quando não contraditórias, são incorrigíveis, estão é possível estabelecer sobre o fato uma afirmação cem por cento concorde com a verdade?"

Sei que estou filosófico demais neste post, mas é a dureza do tempo presente que me coloca neste caminho. Será que estou sempre errado? Será que nunca estou certo? Devo repetir com Vander Lee: "meus amigos são amigos de ninguém"? Sei lá, nunca sei... Vou seguindo, vou vivendo... Mas uma coisa é verdade: o fundamental não deveria se enconder sob a inconsistência do efêmero.

sábado, 16 de julho de 2011

IGNEIDADE

eNTÃO...

São 20h53. Ouço o cd de salmos da Canção Nova. O blogger ainda não me deixa postar imagens. Barbárie. Paciência. Nos últimos dias tenho pensado no fogo, como vilão. Aquele que impiedosamente consome tudo a seu redor, destruindo, reduzindo a pó o que pode ter demorado anos para se erigir.

Ao mesmo tempo, penso que ele não é mal em si mesmo. A maldade está naquele que irresponsavelmente o gera e o lança no mundo sem se preocupar com as consequências de seu ato. Gerar um monstro que pode vir a ser incontrolável! Deus me livre desta sina. Livre-me também do confronto com tais bestas.

Há, todavia, um outro tipo de fogo que tem feito arder meus neurônios. Um fogo que não encontro palavra para definir. Saiba, aquilo que parece verdade no momento e no contexto em que se diz, se faz, se vive, mas que o tempo corrói tão ágil quanto a onda do mar deleta o rabisco na areia da praia. Por quatro anos pareceu-me um mal necessário, neste quinto não quero!

Quiçá esteja sendo injusto, mas minha veracidade é incontestavelmente truísta. Sempre que posso, sou eu mesmo e mais ninguém. Não consigo ser diferente de mim mesmo! Graças a Deus, né? É como um fogo que arde dentro de mim sem consumir-se: a angustiante necessidade de ser coerente comigo mesmo e com meus sentimentos e racionalizações.

Amigo ledor, exagerei no advérbios nesse texto, não? Talvez ele pareça sem sentido, mas a igneidade está presente nos dois assuntos tratados. Deus o abençoe e a mim também. Abração.

terça-feira, 12 de julho de 2011

SEMENTES

eNTÃO...

São 23h41.Ouço música evangélica. Tenho cuidado de minhas plantinhas. Rezando para que meus cravos floresçam. Regando as margaridas, os kalanchoes e o antúrio vermelho. Conversando com as orquídeas. Esperando chegar meu antúrio branco e meu cachepô de vidro. Não, não ando obcecado por flores! Apenas vivo este momento único em minha vida da melhor forma possível.

O engraçado é que justamente na fase da minha vida em que estou mais entregue à minha própria sorte é que tenho tantas singelas e frágeis vidas sob minha responsabilidade. Sempre tive alguém olhando por mim e cuidando de minhas coisas. Nesses últimos dias sou só eu! Isso me faz pensar saudosamente em minha estimada mamãezinha. Ela cria que eu tiraria de letra situações com esta.

A verdade é que tenho aprendido cada vez mais que a saída é manter a calma. Realizar cada coisa a seu tempo, dando-lhes o meu melhor. Evitar o estresse com a maturidade de quem tem sua consciência tranquila: não sou perfeito nem sou uma máquina, sou humano, e humano até demais. Indispensável é aceitar a vida como ela é e fazer dela companheira e amiga, nunca rival ou antagonista.

Estou longe da mera resignação. Aliás, sou inquieto demais para entregar-me a ela. O que quero dizer é que Deus tem me dado a graça de acreditar e esperar que tudo, a seu tempo, há de resolver-se. Então, tento fazer o que posso e pronto.

Por fim, reconheço: sinto saudades de ler Machado de Assis! (nada a ver, né?)

domingo, 10 de julho de 2011

DIVAGAÇÕES

eNTÃO...

São 17h44. Estou resfriado. Isso me deixa meio lento pra pensar e pra falar. Além disso, o blogger não está permitindo postar imagens. Barbárie!

Ouço algumas das músicas escolhidas para a Missa na intenção das pessoas com depressão. Até o início do ano eu estava certo de que nunca mais participaria de uma celebração nesta intenção. Deus mudou meus caminhos! Que bom que o fez, pois se tudo fosse do jeitinho que a gente planeja, nem sei quantas pequenas catástrofes a mais existiriam em nesse mundão.

Amiúde tenho ouvido o cd "Mais que os pássaros". A cantora, espetacular - diga-se, tem seu grave e seu agudo ainda aquém no potencial a que chegarão nos álbuns sequentes. As letras, no entanto, são tudo de bom. Uma delas, chamada "Amigo",  tem-me feito lembrar dos tempos de estudante, quando se falava que o Criador é necessário enquanto as criaturas são contingentes.

Bem, pra explicitar com precisão o que pensei ser-nos-iam necessários muitos parágrafos. Vou dizer o essencial. Tanta gente entra em nossa história, deixando marcas tão profundas, e depois se vai para outros estados ou continentes (Alex, Marcos - saudades de vocês!), quando não para a glória (mãe, Marcinho, intercedam daí!), de forma tão abrupta que Deus tem de existir, pois n'Ele, na consumação dos tempos, todos nos reuniremos novamente e essas marcas ser-nos-ão definitamente plenificadas.

Sem isso, a vida ser-nos-ia sem sentido. Ah, entenda bem, querido ledor, com "sem isso" quero dizer "sem a expectativa do encontro com Deus a vida ser-no-á um enorme castigo" - como pensaram os órficos da antiguidade. E lembrando Santo Tomás, todos os homens em todos os tempos anseiam pela vida eterna. É impossível que algo desejado por todos, em todos os lugares, em todos os tempos, seja impossível.

Perdão pela enormidade do texto e pelo excesso de mesóclises. Estou meio intelectual hoje, né? É o resfriado, logo passa. Abraço.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

ENFIM...

eNTÃO...

São 22h22. Ouço Eyshila. Antes, ouvi o cd "Sementes de fé", da Cassiane. Sem dúvida, o pior cd que a baixinha notável já gravou. Paciência. Ninguém acerta sempre.

Não podia ir me deitar sem antes escrever esse texto. Por motivos que considero melhor não registrar aqui, desde criança, aguardava ansioso pelo dia em que ganharia uma muda de cravos. Do modo mais inesperado possível e até um pouco constrangedor, hoje, ganhei duas. Qualquer outro ficaria decepcionado, mas fiquei felicíssimo. Plantei-os com muito carinho. Não sei se vingarão. Desejo que sim. Se não acontecer, pelo simples fato de tê-los ganhado, já serei mais feliz a partir de hoje.

Preciso dizer que além da alegria pelas flores, fascina-me o tempo de Deus. Talvez eu esteja esperando por pelo menos vinte e cinco anos. Aconteceu nesta tarde. E acredito, de verdade, que foi no melhor momento possível de minha história. Em outro dia ou em outro lugar, talvez não fossem tão especiais.

Ledor(a), afaste-se de curiosidades desnecessárias! Pense no importante: oxalá aquilo que tanto desejamos aconteça sim, mas no tempo de Deus e não no nosso. Oxalá cada um de nós, por inteiro, de corpo e de alma, saibamos sofrer em paz as demoras de Deus. O tempo d'Ele é o tempo certo, sempre, sempre, sempre.

Meus textos andam com qualidade duvidosa, né? No tempo de Deus vão melhorar! Deus os abençoe mais e mais.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

TUDO BEM

eNTÃO...

São 21h. Ouço o primeiro cd de Vanessa da Mata. "Tudo bem" é o nome de uma música do Lulu Santos. Ela tem falado muito comigo. Tendo lido, em 2004, a tese de doutorado de Carlos Eduardo Calvani na área de Teologia da Cultura, posso dizer que essa música é basicamente religiosa. Não deixo de pensar no Senhor quando cantarolo seu refrão.

Estou com fome. Pensando se vale ou não a pena sair e comer alguma coisa. Comer o quê? Um lanche? Jantar em algum restaurante? Fritar um ovo em casa e comer com pão? Parece tão tarde. Essa é a realidade de um homem solteiro, sozinho e feliz! Penso que o melhor será ir dormir.

Estou aqui sofrendo para aprender a usar meu pc após formatação. Por que será que cada fez que é formatado ele volta diferente. O mesmo sistema operacional está outro. As configurações às quais estávamos acostumados são outras. Por quê? Por que não podem ficar simplesmente iguaizinhas, do jeitinho a que estávamos acostumados? Por quê?

Esse texto está meio inútil, não? Parece coisa de big brother! Melhor parar por aqui. Como sempre, nem sei o que quero dizer. Nem é manifestar minha indignação. Ando meio aturdido com as coisas da vida. Entre tanto amor e tanto ódio, sinto-me como entre duas espadas infinitamente letais. Hehe... Paciência. Deus nos dê juízo.

Abraço.

TEMPO, TEMPO, TEMPO ... ... ...

eNTÃO...

São 13h11. Ouço músicas de casamento. São tantas coisas, tantos projetos. Dois importantes casamentos em novembro: um devido a amizade histórica e valiosa; outro devido a afeto em construção. Em questão de dias, a missa pelas pessoas com depressão e a pintura de um ícone. Em questão de um ano: bancos, banheiros, salão, móveis, grades, salas de encontro? Sei lá o que será, mas, pela graça de Deus, algo será. Daqui minutos, viabilização de atendimento, velório...

Aprendi que o tempo é a medida do movimento segundo o antes e o depois. Ouvindo essas músicas da adolescência misturadas às músicas hodiernas, chegando do retiro na casa onde fui formado e contemplando minha residência atual, perco-me pensando: como o movimento é rápido e o antes e o depois conseguem ser tão diferentes, não?

Rever amigos de outrora e perceber que nada mudou entre nós, apesar da distância é muito legal. Perceber novos amigos que chegaram depois e que ocupam espaço tão belo quanto os de outrora também é muito legal. Alguns ficaram pra trás, sim. Se foram desta vida ou deste estilo de vida, pelo menos. Paciência.

Bem, o que quero dizer com todas essas elocubrações? Nunca sei... Apenas olho para a vida e me fascino. De acordo com Vinícius, ela é "a arte do encontro, embora haja muito desencontro por ela". A vida tem um quê de tristeza que a faz bela. Mas a maior beleza da vida é reconhecer que uma força incomensurável está por trás dela. Ainda que, aturdidos por situações inéditas a cada dia, há uma Inteligência Superiora que tudo coordena e provê o melhor para os seus.

Abraço, querido ledor!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

GRAÇAS PAI

eNTÃO...

São 18h45. Troquei "Tudo bem" (Lulu) por "Graças Pai" (Fabinho). Cheguei às 04h30 da manhã. Foram 04 dias na Paulicéia: sapato apertado; frio; sem internet; estudando arquivologia. O curso foi bom.

Num lugar tão grande é fácil sentir-se pequeno. Ouvindo tantos doutores, é comum se sentir nesciente. Entre tantos carros e prédios, gente indo e vindo, rostos tão singulares, únicos. Aos meus olhos, vazios de história. Inesgotáveis em vida ante minha consciência cristã.

Encontrei um antigo colega de estudos, caminhamos fraternalmente pela Paulista. Liguei para um antigo mentor, almoçamos num simples, pequeno e belo restaurante. Conheci pessoas de outros lugares do país. Tive o coração cativado pela espontaneidade, sotaque e questionamentos filosóficos e teológicos do Maranhão, de Minas Gerais e do próprio Paraná. Conheci orquídeas verdes lindíssimas!!!

Crises sim! Um homem de aldeia na metrópole! Todavia, fez-me andar sozinho de metrô em busca do Centro Cultural.

No dia do Sagrado Coração, dou Graças ao Pai, pelo amor incomparável derramado sobre nós em seu Filho Jesus. Pensar no amor de Deus que nos elege seu povo, mesmo sendo desmerecedores. É um mistério! Oxalá nos aventuraremos nas entranhas desse conhecimento tão divino: reconhecer na vida um grande dom, a centelha divina acesa e ardente dentro desses corpos tão frágeis e limitados. Se assim virmos, certamente, crises intelectuais, afetivas, emocionais, religiosas, todas se capitularão numa única realidade: tudo é nosso, mas nós somos de Cristo, e Cristo é do Pai. Amém.