sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

INCOERÊNCIAS...

eNTÃO...



São 15h22. Ouço Waldick Soriano. Há duas semanas ouvi uma moça dizer a outra: "Eu estou rezando para que ele não seja condenado, mas essas coisas só acontecem porque o Brasil não pude quem apronta!". Ledores, dá pra entender? Ela estava rezando para o que o cara que dirigiu em alta velocidade e embriagado, causando um grave, não pagasse por isso, e ao mesmo tempo estava criticando o país que não pude quem age como o indivíduo citado.

Fiquei barbaricamente incomodado. Seria ela tão simplória que não percebia a incoerência do que dissera? Seria ela tão egoísta a ponto de acreditar que punição só para os desconhecidos? Seria tão elitizada, embora visivelmente de família humilde, a ponto de achar que só os pobres devem ser criminalizados? Digo isso porque da boca dela também ouvi: "ah, se ele for preso, o pai paga a fiança e ele sai rapidinho!".

Fico até meio sem jeito de manifestar qualquer impressão a respeito dessas coisas, afinal, qualquer meia palavra hoje dá processo e nem preciso disso em 2012. Quero apenas terminar esse relato com o mais sincero desejo de que Deus nos ajude a sermos pessoas coerentes no que dizemos e no que fazemos, ainda que isso nos doa.

Galerinha do bem, feliz ano novo pra todos. Abração.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

RITUAIS

eNTÃO...

São 08h42. Ouço uma seleção de músicas religiosas. Durante todos esses últimos dias do ano passei por uma diversidade grande de situações, algumas inéditas. Enfeitar árvores de Natal, cerimônias de formatura, casamentos, aniversários, "inauguração" de residência, desejar feliz Natal, etc. Isso tudo me fez pensar na necessidade que o homem tem de rituais.

Não basta terminar o curso, precisa ter uma cerimônia de formatura. Não basta aniversariar ou se casar, é imprescindível festa. Discursos são quase sempre indispensáveis pra quem ouve e igualmente quase sempre angustiantes para quem fala. Dentro do esquema de rituais, roupas, palavras, gestos, repetem-se, às vezes, sem consciência clara de seu significado, porém, sempre, com consciência de que sua ausência deve ser preenchida.

Não quero aqui fazer críticas ou loas às cerimônias ou ritos dos quais participamos, apenas levantar a questão: "por que será que nos são tão importantes os rituais?" Penso que seja um modo de materializarmos sentimentos presentes dentro de nós. É a forma de dar rosto àquilo que não tem face, gosto ao insípido, cheiro ao inodoro.

É-me, todavia, intrigante suspeitar que tal necessidade entranhou-se tão intensamente no coletivo, que homens simples sejam quase crucificados quando se atrevem a recusar ou a recusar-se a esta ou àquela cerimônia. Daí nasce a mais inquiedade de minhas questões: "os ritos devem agradar a quem? satisfazem às necessidades de quem, afinal?"

Ledores, estou falando besteiras, né? Perdão. Em breve falamos doutras coisas. Abração.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

RESSIGNIFICAÇÕES

eNTÃO...

São 10h56. Ouço o som dos carros passando na rua. Estou em paz, graças a Deus. A última semana foi muito tensa. Devido a uma série de fatores, comentários e situações, creu-se que eu pudesse estar doente. Foi interessante suspeitar que pudesse ter dentro de mim uma enfermidade letal e sem cura. As pessoas com quem gostaria de partilhar estavam e estão a kilometros de distância. Destarte, restou-me o semblante pesado, a ansiedade, o silêncio e minhas eternas locurações.

Fantasiei todas as possibilidades de vida caso os exames comprovassem-me enfermo. Minhas história adquiriu novo sentido e meu futuro encontrou novos rumos. Claro que em momento algum quis estar doente. Orei para que Deus me livrasse desse cálice, mas também me preparei psicologimamente para a obrigatoriedade de tomá-lo.

Enfim... Sem muitas delongas nesse assunto que será enterrado aqui. Os exames deram negativo, mas os efeitos disso tudo imprimiram novos valores em mim! Acho que já não sou o mesmo. Embora tenha passado longe da morte, a senti perto de mim. Não sei se isso tudo vai mudar meu modo de ser, pois sou tão eu que não me imagino diferente (rsrsrsrs), mas meu modo de pensar e sentir a vida está mudando.

Ah, sei lá do que estou falando. Só sei que é bom demais ter fé! Abraço pra todos, ledores fiéis.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

LOUCURAÇÕES...

eNTÃO...

São 6h25. Ouço Vanessa da Mata. Quarenta e três depois, estou escrevendo para o blog. O motivo do silêncio inexiste. Talvez estivesse sem inspiração. Acordei meio angustiado, meio inconformado, meio amedrontado, meio...

O que tenho? Não vou dizer! Rsrsrs... Farei metáfora, como sempre. Estou tendo aulas de direção de moto. Percebo a cada dia que dirigir nada mais é que criar e firmar alguns hábitos, além de desenvolver uma habilidade.

A primeira dificuldade física está em equilibrar-se sobre o veículo. A primeira dificuldade psicológica é vencer o medo de cair e machucar-se. Depois disso, adquirir as malandragens necessárias para sobreviver às geografias de queda e às situações de risco. Conforme isto vá acontecendo, a moto vai se incorporando a nós, até chegar o momento em que ela e seu condutor se fundem, e toda a técnica perde a racionalidade para ganhar vitalidade. Neste ínterim, dirigir não exige mais pensar, basta viver.

É, ledora, minha crise não se concentra no processo de habilitação, e sim no processo de sobrevivência. A vida é uma eterna necessidade de equilibriar-se. O medo de cair, de machucar-se, e não ter retorno ou conserto e igualmente perene, nas coisas da vida. A qualquer momento nos derrubam ou atropelamos alguém. Muito amiúde, sem qualquer maldade. E daí?

Está complicado me entender! Paciência. Não sei ser claro. Desejo apenas ter equilibrio pra manter-me em pé sobre a corda banda da vida e desejo você saiba equilibrar-se também. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

HAMLET

eNTÃO...

Um dia após meu carro ser atropelado
São 18h02. Ouço o cd "Coisas que vivi". Morei durante sete anos em Jacaré Pequeno. Durante esse tempo, apenas uma tarde por semana ía ao centro. Caminhava tranquilamente. Tudo na normalidade. Já nesses dias sem carro, descer ao centro e voltar ao alto da cidade continua tranquilo, mas é diferente, bem diferente.

Primeiro: pessoas me cumprimentam. Segundo: alguns se assustam por me ver a pé, outros oferecerem carona sem pensar duas vezes. Nos tempo idos, nem pensar em cumprimentos e carona, ninguém se quer me notava. Eu sei, ledora, é natural que hoje eu seja mais conhecido que outrora. Interessante, no entanto, é pensar no quanto a realidade presente é efêmera. De uma hora para outra tudo pode mudar radicalmente. Dá medo, né?

Meu carro estava sujo, né?
Essa consciência faz-me compreender os depressivos. Não é brinquedo perceber e sentir intensamente essa verdade. Posso ter carro agora e daqui a pouco não mais. Posso ter casa agora e daqui a pouco não. O mesmo se dá se pensarmos em emprego, saúde, família... Um acidente, um incêndio, uma maldade e pronto, tudo desfeito. E daí? As coisas que estão em nossa história são ou não são? Eis a questão!

Daqui uma semana o carro deve estar pronto. Esses dias sem ele me fizeram redescobrir minhas pernas. Repensar as distâncias também. Ah, e empatizar-me com aqueles que não tem veículos, indubitavelmente. Como sempre, alguma coisa estou aprendendo, mas nem sei dizer o quê! Nunca sei...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

COELHO BRANCO

eNTÃO...

São 17h02. Assisti "OZ" três vezes; "Dead like me", duas. "House" umas pares. Mas relutei para assistir "Lost" novamente. Achei que me cansaria com tantas peripécias. Estou, porém, cada vez mais emocionado. Saber o destino das personagens, o quanto algumas vão crescer e outras simplesmente desaparecerão é estranho, faz com que cada cena tenha um valor todo especial.

No episódio "white rabbit", o  personagem Jack Sheppard diz uma das frases que mais me marcaram em toda a história: "se não formos capazes de viver juntos, vamos morrer sozinhos".

É doido imaginar que a Ilha lhes oferecia a oportunidade de recomeçarem, do zero, suas vidas tão marcadas pela desgraça, quando tudo o que queriam era voltar pra casa. Jacob cria, de verdade, estar fazendo o bem para eles, em vista de atender as necessidades da Ilha. Em nenhum momento, todavia, esse bem pareceu bom a seus destinatários.

Que direito temos nós de impor algo a outrem? Por melhor que seja esse algo, deveria sempre ser um objeto de escolha deliberado do sujeito a que se destina. Em Lost, isso parece não estar em vigência. Por outro lado, uma necessidade indispensável às vezes se impõe a necessidades particulares. O fundamental na história era proteger a Ilha!

Que quero com todo esse falatório, ledor e ledora estimados? Partilhar convosco que vejo um quê de realidade nessa história absurda. Por exemplo: sempre é tempo de recomeçar; tragédias podem ser novas oportunidades; a pessoa ao lado pode ser parceira, não precisa ser inimiga; há horas em que lutando pelas mesmas coisas podemos nos rivalizar, infelizmente. Bom... Escrevi demais. Deixemos o resto pra próxima.

Abração.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

FINA ESTAMPA

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São 15h35. Estou acariciando minha barba. Deixei-a crescer:para ver meu rosto diferente do pós cirurgia e por estar um pouco cansado de mim mesmo. Sempre soube que a barba causaria estranheza. Não imaginei, porém, tantos pedidos para tirá-la ou apará-la. Pessoas, se quer próximas, sentiram-se com liberdade suficiente para aconselhar-me.

Imagino Diógenes de Sinope investindo no Cinismo, 300 a.C.. Ele foi um herói.

Vamos ao que interessa: por que a estampa parece mais importante que o conteúdo? Claro, ela está em maior evidência, é sensível, ao passo que o âmago será sempre um mistério. O doido é que, por ser mistério, o intrínseco deveria ter melhor atenção. A experiência revela que amiúde estamos mais interessados na casca!

Não escondo estar acompanhando, quando posso, a novela das 21h15. A beleza em pessoa é má como o diabo, a pseudo-feiura esconde a riqueza de uma alma impagável. No entanto, esta tem sido perseguida por usar roupas muito peculiares e falar de modo simples, ao passo que aquela é respeitada e admirada pelo requinte e bons modos. O que é mais importante?

Aff... Não disse nada do que queria. Não consegui. Ledores, por favor, perdoem-me. Concluo: tudo não passa de convenção. Convencionou-se que uma barba como a minha não é padrão. Não me serve. Não me fica bem. E daí se me envelhece, preciso vender a imagem de jovem? E daí se pareço desleixado, quem me conhece consegue pensar isso de mim? Por que preciso enquadrar-me nos padrões da estética social? Quais são seus fundamentos?

O texto está longo, voltamos a este assunto em breve. Beijo no coração de todos!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

NOITE E MORTE, BELEZA E PAZ

eNTÃO...



São 09h12. Em 2006 ouvi "Criaturas da noite" pela primeira vez. Fiquei impactado com a riqueza da letra e a beleza interpretativa do Flávio Venturini. Sempre fui fascinado pela noite, desde adolescente. Aliás, nestes tempos, fui um noctívago contumaz. Juntava a eterna isônia que me acompanha mais a capacidade inventiva juvenil e as noites eram muito interessantes.

O que me atrai na noite, até hoje, é a sensação de que tendo terminado o dia, uma missão se encerrou. A emoção da conclusão, de dever cumprido, isso é que emociona, e me tranquiliza. Por outro lado, a noite, apesar do devir noturno cada vez mais acelerado, ainda é o momento do silêncio. E, com isso, a noite é a situação propícia para o exame de consciência, para o balanço da vida, para, sei lá... Nisso tudo há beleza e tristeza! Mas como os grandes mestres do samba já disseram: sem tristeza não há beleza! A tristeza concentra-se na sensação de fim, a beleza na certeza da eternidade.

Quando a música cita as criaturas da noite, cansadas pelo peso do sereno, imagino cada homem e cada mulher, não como insetos - claro, mas como seres tantas vezes fatigados pelo peso do próprio "destino". Imaginos homens e mulheres que, não tendo a oportunidade do repouso e da reflexão noturnos, perpassam a madrugada no trabalho, na esbórnia, na insônia, na solidão... Um debater-se, vezes em paz, vezes em guerra!

Rsrsrs... É, ledores, nessas horas pareço meio louco! Seria bem mais simples se eu usasse a noite apenas para dormir, não? Deus me fez assim, uai, não tenho como fugir de mim mesmo. Mas saiba, sensível ledora, nessas horas, de balanço, como o autor da música, também espero alguém chegar, e sei que chegará: o Senhor, meu Deus. A noite não existirá mais, nem a tristeza, mas a beleza e paz encontrarão sua plenitude. Amém.

domingo, 23 de outubro de 2011

INQUIETAÇÕES ONTOLÓGICAS II

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Dálias amarelas do meu quintal, um pouco abatidas pelo sol.

São 17h38. Ouço Ziza Fernandes. Nesta semana, duas dálias amarelas floresceram em meu quintal. Na próxima semana, serão as dálias vermelhas. Acabo de perceber que uma, das quatro batatas de cicca, está brotando. Maravilhoso o mistério da vida!

Ledores, perdão pelo silêncio de semana. Terça feira, participei de uma missa num bairro rural. Voltando, naquela escuridão de roça, ultrapassei um menino, de máximo 11 anos, pedalando de volta pra casa. Apaguei os faróis para ter certeza. A estrada é escura demais. Aquele jovem mancebo sujeitara-se à escuridão da noite, ao peso dos pedais, à estrada de pedras e chão batido, ao vento frio, tudo para estar naquela missa. Emocionei-me e entrei em uma daquelas minhas insanas locurações.

Senti o peso da responsabilidade de ser quem sou. Imaginei a crueldade de alguém que se apresenta para o cumprimento de sua missão com má vontade, rudeza, insatisfação... Nunca sabemos os passos dados e os obstáculos vencidos pelo indivíduo que se apresenta a nós num encontro programado ou inusitado. E como, às vezes, corremos o risco de cair na tentação do fazer por fazer, priorizando nosso cansaço ou nossos compromissos posteriores, esquecendo-nos de que aquele momento é único não só para nós, mas todos aqueles que nos cercam.

Nossa... Nada mais preciso dizer a respeito desse assunto. Um livro poderia ser escrito, o importante, contudo, é que nos convertamos. Que o mistério de ser quem somos se nos torne o acolher de uma missão que de nós é maior, pois vem do autor da vida, Senhor da história e Providência Divina, que tudo vê, tudo sabe e tudo ama.

sábado, 15 de outubro de 2011

RELAÇÕES INTERPESSOAIS...

eNTÃO...

Em 12 de outubro, participei da missa no campinho de futebol, num bairro de Jacaré Pequeno. Enquanto a missa era celebrada, meu móvel vibrou. Claro, ledores, não atendi.

Quando retornei a ligação, um querido amigo partilhou comigo a alegria do nascimento de seu primeiro neto. Fiquei feliz com ele e por ele. Na verdade, sinto-me muito bem com sua família. Fez questão que eu soubesse. Por quê? Por que somos amigos!

No dia seguinte, bati um bom papo, sobre papai, com outra querida pessoa. Sua preocupação, não só com meu bem estar, mas também com a boa recepção aos meus, quando aqui vieram, estará marcada para sempre em minha história.

Isso de, de repente, descobrir-me um tanto quanto especial para outrem sempre me deixa surpreso... Ledores, não comentarei! Rsrs...

O que vale destacar: nós nunca sabemos o alcance verdadeiro das coisas que fazemos. Não raro, nossa presença, atitudes e palavras podem significar muito mais do que realmente pretendíamos. Ao sair de nós, a mensagem adquire vida própria, e ao chegar no receptor ela passa por um processo de decodificação, criando um novo mundo, ligado ao nosso, porém distinto dele. Coi de doido, né?

Ledores, já se descobriram amados por pessoas de quem não imaginavam? Já se descobriram indiferentes a pessoas por quem nutriam enorme estima? É o mistério da vida! Sou grato a Deus por cada novo amigo e nova família que têm conquistado meu coração nessa nova jornada, junto ao Coração de Jesus. Sou grato pelos que têm permanecido, de jornadas anteriores, em minha vida. Preparo-me para os que ainda virão. Deus abençoe a todos.

INSÔNIA, ADICÇÃO E OBSESSÕES

eNTÃO...

 São 2h30. É madrugada e estou, na frente do pc, sem sono e sentindo uma necessidade urgente de escrever. Nem sei explicar, pois os conceitos se embaralham em minha cabeça. Tenho insônias desde adolescente. Em algumas épocas fica super acentuada e sofro barbaridade. Paciência.

Adicto é o dependente químico ou biológico? Obsecado é quem tem idéias fixas na cabeça e que não consegue vencê-las? A adicção e a obsessão são patológicos, mas... Quem de nós tem nenhuma espécie de dependencia ou de obsessão? Como compôs Caetano: "de perto ninguém é normal".

Ademais, adicção e obsessão têm diferenças entre si, mas no fundo não seriam muito conceitos próximos. Aquela idéia fixa, incontrolável, que acaba movendo nosso corpo e nos forçando a coisas declarada e conscientemente sem qualquer razão ou sentido. Tanto adicto quanto obsecado são capazes de qualquer coisa para alcançar seus objetivos.

 Os sintomas são: ver-se caminhando para um abismo, sabendo que é um abismo, não querendo, mas não podendo impedir. Depois do salto, o arrependimento, a tristeza, as juras de mudança e os mesmo passos falhos e indesejados acontecendo novamente, sem que consigamos vencê-los.

É o mistério tão bem desenhado por Paulo, escrevendo aos romanos: "não faço o bem desejo, mas o mal que aborreço". O chamado "mistério da impiedade". Quem de nós nunca passou por isso?

O cruel é quando esse mal vai se tornando rotineiro. Quando vai tomando posse de proporcões incontáveis em nossa vida. Quando esse mal vai se tornando dono de nós... Aí o bicho pega e pega mesmo. Sei lá mais o que dizer. Desejo que todos  consigamos controlar nossos impulsos e desejos. Deus nos ajude.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

AMOR X OBRIGAÇÃO...

eNTÃO...

Hoje ouvi Wilson Simonal: grande cantor! Floresceram dois antúrios em meu quintal. Há três botões de dálias prontos pra abrir. Os minúsculas orquídeas amarelas têm um lindo cacho. A muda de rosas ambiancy está brotando. Os cravos rosa que podei estão com três botões prontos pra abrir. Só as cicas que estão iguaizinhas. Êta plantas demoradas.

Ontem vi uma cena que me chamou a atenção. O funcionário de uma empresa, em pleno feriado, com uma latinha de tinta, restaurando uma parede. O citado empregado não é pintor, nem serviços gerais, mas o braço direito da gerência. Quem explica? Sei lá! Não serei eu... No entanto, confesso que acabei fazendo alguns juízos.

Como é diferente quando aprendemos a gostar do que fazemos. Como é diferente quando as obrigações deixam de ser apenas imposições de necessidades pessoais ou empresariais. Como seríamos mais felizes se nosso envolvimento funcional fosse um pouquinho mais "passional". Como seria...?

Saiba, queridos ledores, quiçá o mesmo envolvimento que tenho experimentado em relações às flores seja o vivido por aquele funcionário. O prazer de ver belo o ambiente em que se vive, que se trabalha, justamente porque esse ambiente findou tornar-se uma extensão de nós. O mundo seria mais feliz se houvesse mais amor em tudo o que se faz.

Oxalá cheguemos lá.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

CONSIDERAÇÕES: TRILOGIA

eNTÃO...


Ouço "Amor que não se cansa de amar". A trilogia acabou. Não que o assunto tenha se esgotado: daria um livro... Sábado houve a missa de sétimo dia de papai. Uma parte considerável da família esteve presente, aqui, em "Little Crocodile". Foi bom ter os meus inseridos em meu mundo.

Quando a gente muda de cidade, muda de amigos, de estilo de vida... O conhecimento se diversifica. Sabemos mais de um assunto e ficamos alheios a outros. Nossas origens, contudo, não podem se perder, e minhas raízes estão tão entranhadas em minh'alma que sou incapaz de imaginar-me sem elas.

Se minha casa fosse animada, estranharia o barulho que se fez dentro dela (rsrsrsrs). Diz a canção: "relembrar as histórias passadas desperta saudades". E quanta nostalgia presenciamos naquelas horas pós liturgia, já que a Eucaristia prosseguiu em nossa confraternização.

Pela primeira vez tive tantos familiares em uma comunidade da qual eu fizesse parte, e também dentro de minha casa. Uma homenagem merecida a "Seu" Raimundo. O ponto de encontro familiar sempre foi Dona Teresa, todavia desta vez não. Desta vez papai fez-nos rodar pelo menos oitenta km para rezarmos, sorrirmos e sermos felizes juntos. Concluo, disso tudo, que papai morreu redimido.

Sei, ledores, do cansaço de meu papaguear... Pra cerrar esse assunto confesso: consola-me a sensação de missão cumprida. Não a minha, pois esta continua! A missão de papai e mamãe está cumprida. Papai não foi santo, mas foi um dos pobres de YHWH. Creio-os felizes no céu, contemplando a face de Deus. Amém.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

TRILOGIA – PARTE 3: LUTO

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Os ritos de passagem são frequentes na história, fazem parte da antropologia humana. Um deles, incontestavelmente integrante na caminhada de todos, é o velório. Não entendo como algumas pessoas recusam sua presença ao lado de enfermos, de moribundos, ou de famílias enlutadas. Reconheço não ser fácil estar lá. Palavras nos faltam mesmo, mas um olhar empático e um abraço fraterno já são suficientes para quem os recebe.

Emocionei-me muito com a chegada de cada “jacarepequenense” em Andirá durante aquelas horas de dor. Também houve os bandeirantenses! Sou sincero ao dizer que não os esperava. Era domingo. E não tivera tempo de avisá-las. Jamais cobraria que fossem! Mas foram! Não por obrigação, mas por carinhosa caridade cristã. Deram-me força. Conduziram-me ao revaloramento da situação e da história. Mostraram-me a beleza latente na tristeza vivida.

Desta perda gerou-se em mim a sensação de solidão. De todos, sem ser de alguém: este sou eu! Feliz, assim sou eu! Ledores queridos, é tempo de amar. A morte desperta isso em nós. Não podemos deixar pra amanhã! É mister dizer para as pessoas o quanto nos são importantes, o quanto a amamos. E a hora é agora. Também é o tempo de descobrir as maravilhas de cada pessoa, mesmo que elas tenham muitos defeitos, muitos pecados. Mesmo que nos pareçam pedras, é urgente descobrir seus valores.

Findo aqui minha trilogia de quatro textos, embora ainda venha um último, com versos do Pe. Fábio de Melo: "Pode ser que nesta vida eu não possa mais voltar para amar quem não amei, consertar o que estraguei. O perdão que eu não pedi, a solidão que eu não desfiz, o sorriso que neguei e aquele esforço que eu não fiz".

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

TRILOGIA - PARTE 2b: REELABORAÇÃO

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Vejo meus alunos respondendo a avaliação de História da Filosofia Antiga. São questionados sobre Platão e o mundo das idéias. Questões filosóficas sérias, afinal um conceito pode ser apenas uma palavra quando não se fez a experiência profunda de sua realidade ontológica. Refiro-me, ledor, à experiência pessoal, intrínseca, que se pode fazer de uma coisa.

Horas antes de falecer, papai queria retirar o soro e sair pra assistir ao jogo do Corinthians. Naquele dia não havia partida. Fico pensando: qual a importância real das experiências que se faz? Para ele era vital acompanhar os embates do Timão. Hoje, claramente, percebo que me foi vital a experiência de vida daquele homem.

O jeito perfeito de plantar, que garantia 99% de pega às mudas. A fascinação por carne gordurosa. A alegria, não raro inconveniente e inoportuna. Os sambas que costumava cantar. A honestidade no trabalho. A reverência pública à Ditadura Militar. Os inesquecíveis chavões: “eu sou popular”, “eu não sou cachorro não”, “sou homão”, “sou fudido e mal pago”, “não sou cachaceiro, sou consumidor”... Frases e fatos cuja imagem estará inscrita para sempre em minha alma.

Elaborar o luto é conscientizar-se de que tudo isso acabou. Reelaborá-lo é perceber que, mesmo após já ter superado uma perda cruel, outras perdas doem igual ou mais fortemente. Nesse processo, descobrimos que, infelizmente, muitas experiências vitais foram menosprezadas. Percebemos o valor exagerado dado ao negativo.

A morte é a luz terapêutica que dissipa a cegueira relacional e faz emergir o valor do humano! Oxalá víssemos antes...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TRILOGIA - PARTE 2a: REELABORAÇÃO

eNTÃO...


Ouço o silêncio. Sim, já tive cavanhaque grandão e cabeça raspada. Metamórfico sou eu.

Entre as condolências ouvidas no velório, uma me fez refletir demais: "Missão cumprida, né?" Eu não esperava por essas palavras. E quem as disse conhecera e acompanhara nossas lutas familiares durante uns trinta anos. Entrei numa viagem louca. Repensei todo o sentido da vida e da morte. Conclui que, na verdade, sabemos muito pouco desses mistérios tão fascinantes!

Por que será que, apesar de tantas vezes nos sentirmos incompreendidos, não sabemos lidar com os incompreensíveis? Não sei responder. Nunca sei! Entendo que nossas vidas poderiam ter seguido o mesmo rumo, porém com uma luz norteadora diferente. Antes de lê-la como uma terrível guerra entre o bem e o mal, poder-se-ia vislumbrar uma incessante guerra entre o amor e o desamor. A diferença é incomensurável.

Dizer que alguém é mau é colocá-lo atrás da trincheira oposta e reconhecer que, merecendo ou não, ele deve receber tiros vindos do meu lado. Dizer que alguém é "desamado" é colocá-lo ao meu lado e reconhecer que, merecendo ou não, ele precisa do melhor de mim. Qual a relação entre isso e os pêsames citados acima? Sei lá... Parece-me haver alguma.

Penso que a missão nos confiada pelo Criador é amar. Seria muito bom poder chegar no velório de alguém e dizer os versos de Vinícius e Jobim, cantados por Gal: "eu amei, e amei, ai de mim, muito mais do que devia amar". Assim se teria a certeza da missão cumprida, e a dor da perda existiria de modo diferente.

Será que me faço entender? Por que será que escrevo tanto sem nada dizer? Aff... Bem que eu podia ser diferente.

TRILOGIA - PARTE 1: ELABORAÇÃO

eNTÃO

Ouço Ziza Fernandes. Ela me fala de Deus, não só com letras, mas com a beleza de sua voz. A beleza revela Deus!

Sentimentos jamais provados residem em mim de modo intenso e desafiador. Preciso integrá-los! Sentimentos são passeiros se se fixarem no contexto e na sensação. Serão eternos, porém, se transformados em conhecimento e virtude.

Papai faleceu de modo rápido e até inesperado. Um homem que durante 78 anos foi forte, animado, corajoso, cantador de samba e dançador de forró, perdeu-se sem aquela com quem tanto brigou. Seus passos, sempre titubeantes entre o bem e o mal, avançaram por caminhos de frustração, perda, medo... Findou por provar do terrorismo de que ele mesmo tantas vezes utilizara. Descobriu como é terrível ter um dependente de álcool e drogas em casa. E creio que essa foi sua redenção.

Deixou de se cuidar. Impediu que outros dele cuidassem. Isolou-se no silêncio interior em que sempre vivera. Os prazeres foram ficando pra trás: dançar, cantar, comer, sorrir, conviver. Imagino quanto o peso de seus erros finalmente tornaram-se consciência. E como isso lhe fora doloroso.

Isso tudo me dói e me consola. O mais perene existente em mim é a fé. E esta me enche de perspectivas e de gratidão, pois todo esse sofrimento levou aquele opressor oprimido a orar, permitu-lhe receber a unção dos enfermos com disponibilidade, e comungar dias antes do encontro definitivo com Deus sempre misericordioso.

Ledor querido, perdoe-me pelo desabafo. Ledora querida, não sofra por mim, glorifique a Deus comigo. Amém.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CONTRADIÇÕES...

eNTÃO...

Meu pai foi internado no sábado passado. Esteve muito mal. Parece que melhorou. Os dias estão tensos. Meu quintal, em breve terá a primeira rosa e os primeiros antúrios florescidos nele. As orquídeas estão prontas para abrir também. Vejo borboletas visitando meus kalanchoes com frequência. A beleza das flores é fascinante!

Falando nisso, beleza e feiúra são antônimos. Dizem não existir sinôminos perfeitos. Será que existem antônimos perfeitos? Sei lá. Nunca sei. Mas vejo alguns antônimos, ou quiçá contradições, muito presentes hodiernamente. Vou fixar-me apenas na que mais me intriga no momento: o silêncio impiedoso que se impõe neste mundo cada vez mais barulhento.

Ledor e ledora queridos, por barulho não penso somente das ondas sonoras fortes ou fracas que estão pelos ares. Penso também na poluição visual e no maremoto de "informações" que assolam os ditos meios de comunicação modernos. Pois bem, a sensação que tenho é que todo esse barulho comunica absolutamente nada.

A humanidade continua pensante, mas deixou de fazer reflexão. A informação parece não conduzir ao conhecimento. É tão raro encontrar pessoas capazes de fazer emergir alguma verdade substancial dos fatos que nos cercam. As coisas acontecem, vem e vão. São esquecidas com ligeireza e pronto.

Numa era em que é tão fácil falar, nada se diz. Num tempo em é que tão fácil escrever, nada se lê. Na sociedade do consumo excessivo, nada se tem de verdade. Existirá alguma explicação pra isso tudo? Eu até poderia discorrer sobre algumas suspeitas, mas penso ser desnecessário. Só espero que minha verborragia digital neste blog comunique alguma coisa. Oxalá!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

BIBLIOTECAS

eNTÃO...


Assisto "A vida da gente". Ledora, não sou nem serei afixionado por novela. Apenas mato o tempo, é segunda, meu dia de folga. Hoje pensei na evolução do tempo. Passei parte da tarde numa lan house e presenciei três adolescentes vulcânicos preparando um trabalho sobre religiões para apresentar na escola.

Fiquei inquieto. Na minha adolescência nós revirávamos livros atrás de informações para poder montar um texto e apresentar para o professor. Ver aquelas quase crianças desesperadas, sem saber como imprimir o trabalho, já que não tinham condições pra pagar a impressão na lan. Não tinham pen drive pra levar o arquivo. Mandar por email era inviável porque um tinha impressora sem ter internet e outro, vice versa.

Anotar, nem pensar. Até entendo. Parece que ninguém mais usa bloco de notas e caneta. Mas atentei para o fato de que uma das meninas insistia com a outra dizendo: "Você leu os textos? Tem de ler!". Muito interessante essa preocupação, pois imagino que a grande maioria dos alunos apenas use "ctrl c" + "ctrl v" e pronto.

Isso tudo me faz pensar em quanto estou ficando arcaico. Não consigo crer que se aprenda de verdade apenas marcando, copiando e colando textos em arquivos digitais. Como é que uma adquire conhecimento estrutural de uma outra língua fazendo traduções no google e decorando as respostas? No passado, quando sabíamos, sabíamos de verdade. No presente, tudo parece mero reflexo de uma realidade que existe em outro lugar. Ó, lembrei Platão. Só que na net, ninguém sabe onde esta realidade está de verdade. Paciência.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PÉTALAS BISADAS

eNTÃO...

Devo estar paranóico, não? Tenho falado demais nessas benditas flores que acolhi em minha vida. As dálias são um sonho. Nos últimos dias comprei um pacotinho de sementes. Plantei oito. Agora preciso esperá-las germinar. Plantei umas quinze sementes de margarida gigante também. Ah, e plantei três dentes de alho, em três vasos. Pode isso?

Bem, estou concentrado nas dálias e nos cravos. Por quê? São flores que me lembram a infância. Digo aos amigos que estou na crise dos 30. Mas parece que ninguém além de mim a teve. Rsrrssrsr

Tudo o que lembra meus idos, em Andirá, na década de oitenta, mexe comigo. Tenho me conscientizado de que não tenho mais toda aquela juventude. O pique não é o mesmo. A inteligência também não. Sem dizer no barrigão caindo pra fora da calça. Ninguém merece, né? Consola-me reconhecer que a maturidade cresceu, a prudência se firmou, e a intempestiva impulsividade se conteve. Embora ainda tenha muito a aprimorar.

Agora, plantar é interessante. Põe-se a semente na terra e espera. Como é demorado. De semente pra broto, de broto pra muda. Daí pra florir vai muito tempo. Embora eu considere esse tempo relativo. Quanto mais ansiosos ficamos, maior o tempo de espera. Parece castigo. Sugiro ouvirmos a música "Pirraça", do 3º cd da Vanessa da Mata, tem tudo a ver.

Desejo que todos tenhamos a oportunidade de plantar e esperar nascer. De regar com carinho e cultivar com cuidado.

sábado, 24 de setembro de 2011

COSTUMES

eNTÃO...

Ouço Nina Simone. É quase meia noite de terça, mas esse texto será postado apenas no sábado. A tarde na CADD foi exigente. Por melhor que seja o que temos pra oferecer, às vezes o premiado não conhece ou reconhece o valor do prêmio. E isso deixa as coisas difíceis. Paciência, não deixo de oferecer mesmo assim.

Estou me perguntando sobre hábitos que nunca tive. Isso já foi tema de direções espirituais há muito atrás. Calma, ledor e ledora amigos, darei exemplos desses ditos costumes. Vai lá: não tenho memória de andar descalço, sem camisa piorou, xingar palavrão, tirar proveito das pessoas, comer com avidez, ...

Minha saudosa mamãe me educou de acordo com os padrões do sítio, onde todo respeito e bons modos são poucos. Além disso, minha timidez, meus empregos - onde diplomacia sempre foi indispensável -, minha formação acadêmica: tudo corroborou para isso.

Assim, é-me por demais estranho imaginar pessoas brigando pra entrar ou permanecer sem camisa em ambientes sociais. É esquisito encontrar pessoas indecentementes vestidas na Igreja. Esta fora dos meus conceitos a liberalidade com a qual alguns ambientes são profanados por pessoas "mais livres". Serei eu retrogrado? Serão esses indivíduos mau educados? Talvez a resposta seja simplesmente: "Vocês têm formação diferente!"

Já escrevi demais sem nada dizer de novo, né? Antes de terminar, manifesto, mais uma vez, não saber a resposta destas inquietações. Eu nunca sei! Mas preciso confessar que, apesar de estarmos em 2011, creio em convencionamentos. Há coisas que simplesmentes não podem ser ao gosto do freguês. Chega de anarquias! Chega.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

INQUIETAÇÕES ONTOLÓGICAS

eNTÃO...

São 15h58. Ouço Withney Houston. Ontem me disseram: "O senhor caiu do céu!". Respondi a única resposta possível: "Deus é muito bom, só Ele é!" Bem... Fiquei pensando: "estou mais pra anjo ou mais pra demônio?" - Calma, ledor, não vá dizer: "isso é coisa que esse homem escreva?", afinal, perdoe-me, mas eu sou assim, incansavelmente pensante!

Vejo-me longe dos anjos. Minha vida, minha história, meus estudos, tudo isso me fez ter olhos muito atentos e perspicazes para meus próprios pecados. São muitos! E quanto maior a consciência, mais sérios são os tropeços. Consola-me sentir que estou longe dos demônios também, quando descubro certos despreendimentos e disponibilidades que não podem vir doutro que não Deus.

Verdade é que não sou anjo nem demônio. Sou um homem, como outro qualquer. Com minhas lutas, meus ganhos e minhas perdas. Todos somos, não? Deus deve divertir-se com as coisas que a gente faz... Algumas horas deve sofrer, também - se é que isso é possível! Imagino o céu torcendo por nós e, por vezes, inconformado com as coisas que a gente faz! Que situação, não?

Aff... Nem sei o que estou tentando dizer. Nunca sei. Saiba, ledora querida e fiel, permanece um conselho que ouvi de um grande homem - de metro de meio de estatura - há sete anos atrás: "continue com sua gratuidade". Deus, sempre divinamente providente, entende as coisas que a gente não entende. Que Ele reja o mundo.

Misericórdia, Senhor.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

FASCINAÇÃO...

eNTÃO...

Estou ouvindo músicas de Silvio Caldas. Conversando com uma avó de primeira viagem esses dias, senti-me instigado a refletir sobre esses momentos únicos na vida das pessoas. A família crescendo não só em número, mas também em qualidade.

Dá pra negar que uma nova vida no seio familiar nos aprimore humanamente? É mesmo incrível como aqueles seres pequeninos, frágeis e inacreditavelmente belos conseguem mudar a vida de quem os rodeia. Há quem diga que todos têm cara de joelho, nem discuto. Agora, fala a sério: que são joelhos lindos. E mesmo quando choram, às vezes nos fazem sorrir tamanha candura.

Também há quem defenda como razão pelo nosso fascínio o fato de serem imensamente dependentes de nós. São criaturinhas indefesas, não fôssemos nós, embasbacados por elas, como sobreviveriam?

São bênçãos, que não se contentando em acordar à noite, acordam todo mundo da casa. Nos obrigam a aprender a dar banho, a trocar as fraldas, a entender seus resmungos de fome, de dor de barriga, de sono, etc, etc, etc...  Exigem muito e recompensam apenas com sua presença cheia de perspectivas e de possibilidades. O que já é um enorme pagamento. Alguém discorda? Se discordar é porque ainda não descobriu as melhores coisas da vida.
Tudo bem, meus queridos ledor e ledora, vocês estão pensando: "Ele nem sabe do que está falando!" Confesso que ando com vontade ter um neto também, mas... paciência. Deus os abençoe, abração.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

PSEUDO NOSTALGIAS

eNTÃO...


Há muito tempo desejo um cd do Antonio Petrônio. Talvez um dia encontre e, fatalmente, adquira. Fato é que, assistindo-o no youtube deparei-me com esse vídeo e, apaixonei-me por essa música, até então, desconhecida minha. Entristeço-me por não poder sentir saudades dos bailes de antigamente: deles não participei. Aliás, nem dos de hoje eu participo, rsrsrsrs. Nunca fui a um baile!

Creio não podermos dizer que as belezas e as tristezas de ontem sejam maiores ou menores que as de hoje, afinal, cada coisa a seu tempo. No entanto, se pudesse, gostaria de voltar algumas décadas, conhecer o tempo de meus pais e avós. Descobrir aquele mundo onde tudo, aparentemente, era mais distante, e as pessoas conseguiam olhar para a vida com maior naturalidade.

É... Queria sentar-me à mesa do passado, comer os bolos simples, os pastéis de massa de pão, as carnes de lata, o arroz e o feijão colhidos do quintal. Queria ver meus irmãos nadando nos "corgos" e açudes. Ver minha mãe costurando as roupas de saco. Rir e chorar vendo as lavadeiras nos rios, batendo as roupas em seus tanques de tábua. Dançar respeitosamente nas festas de casamento. Caminhar quilometros, no domingo, para participar da santa missa.

No fim, voltaria para o nosso presente, com certeza. Apesar de confeitado, gorduroso, salgado, artificial, hedonista, materialista e, consequentemente, fútil demais, é o meu tempo, é o meu lugar, é a minha vida. Aff... Sei lá o que quero dizer com isso tudo. Talvez o texto de hoje seja apenas um desabafo. Ledor, tire suas próprias conclusões, por favor. Abração.

domingo, 18 de setembro de 2011

ADÃO E EVA NO PARAÍSO...

eNTÃO...

Ouço Gal Costa. Quinta feira tivemos uma reunião muito importante. Estiveram presentes representantes das paróquias da cidade, do 2º Batalhão da Polícia Militar, do Núcleo Regional de Ensino e da Associação Comercial da cidade. Discutia-se um modo de colaborarmos com os sofredores do oriente africano.

Antes da reunião, falamos sobre a zona azul na cidade. Parece bom para o comércio. Dá vagas para os clientes se aproximarem mais das lojas, uma vez que antes o espaço nas ruas era ocupado pelos funcionários das empresas do centro. Isso é verdade, com certeza. Também é verdade que os mesmos clientes gostariam de poder se aproximar das lojas sem ter de pagar o R$ 1,00 (hum real) cobrado por hora.

Tem havido reclamações. Tem gente se recusando a pagar. Tem gente sendo multada. Tem funcionários de lojas sendo obrigados a andar alguns quarteirões. O pátio da Igreja está super lotado, com frequência, desde então. Há quem defenda um tempo de tolerância. Há quem o negue. Sei lá o que pensar, afinal, se quer estacionei em zona azul aqui em Jacaré Pequeno.

Intriga-me pensar no futuro. O número de veículos na cidade cresce a cada dia. Todo mundo quer ter automóvel ou moto. Entendo isso. Mas a realidade testemunha não haver espaço hábil para tal. O mundo é ao mesmo tempo enorme e minúsculo. E se o mundo é assim, que dirá o ser humano? Queremos tanto, temos muito, mas jamais alcançaremos o todo. Como ensinaram os filósofos antigos, é hora de revalorar o material e o espiritual e redescobrir o verdadeiro caminho da felicidade. Deus nos ajude!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

REALIZAÇÕES

eNTÃO...

São 20h18. A vida tem umas coisas interessantes. Alguns meses atrás eu postei sobre o projeto de participar de uma missa pelas pessoas com depressão. Também meses atrás, citei que, de modo inesperado, um sonho, que carrego desde criança, se realizou: ganhar uma muda de cravo. Pois bem... A missa aconteceu e o primeiro cravo floresceu.

Ademais, logo após a missa pelas pessoas com depressão, fui presenteado com oito batatas de dálias. Foi uma grande realização. Meses atrás fiquei encantado com uma dália que vi num cemitério distante daqui. Eu nem sabia o nome da bendita flor. Demorou pra descobrir. Mais ainda pra encontrar alguém que a tivesse. Prometeram e não me deram. Quem não prometeu, trouxe, e trouxe bastante. Plantei e espero a primavera, tempo propício para a brota das batatas de dália.

A vida tem acontecido de um modo muito interessante. Talvez sejam meus olhos. Todavia percebo um mistério pairando no ar. Não um segredo, um mistério. A gente sonha, deseja, às vezes planeja, às vezes não, e tudo vai se dando conforme a vontade de Deus. Alguns dos nossos planos se realizam e outros não. A vida, no entanto, permanece linda. Não sou romanesco nem piegas, ou ao menos penso não ser. Tenho me encantado com essas coisas, porém. 
O grande elan talvez seja saber esperar. Ser feliz com o que se tem e o que se falta. Extasiar-se com as belezas e maravilhas do dia a dia. Enfrentar com maturidade os desencontros e as tristezas. Ser grato a Deus por tudo.




quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PAIXÕES

eNTÃO...

Estou ouvindo Zizi Possi. Sinceramente: "gosto dela não". É uma cantora de voz linda e técnica irrepreensível, mas não toca meu coração. Paula Fernandes também não! Paciência. Ninguém é unanimidade, e uniformidade dizem ser sinal de burrice.

Segunda feira entrei num estúdio para gravar três músicas. Aff... Eu só queria entender por que eu faço essas coisas! Deparei-me com arranjos belos e totalmente inesperados, uma vez que me lembro ter combinado voz e violão. Não estou reclamando, apenas relatando, afinal, a produção, simples e de poucos recursos, de fato ficou bonita!

Como não conhecesse os arranjos, a colocação de voz foi exigente. Gostei disso. Desafios me fascinam. Aguardei menos de 24 horas e lá estavam as músicas mixadas  no meu email. Há dois dias não paro de ouvi-las. Até onde vai isso, meu Deus?

Pois é... O doido é que duas das músicas nasceram há mais de um ano, quando eu ainda morava sob a proteção da Santa das Rosas. Letras que retratam bem demais coisas que eu estava sentindo naquele momento específico, e que, simultaneamente, me fazem entender o presente de minha história. Aquelas músicas me impulsionavam para cá, embora não soubêssemos.

Quem explica? Creio que apenas a graça de Deus. A cada dia me conscientizo de que não nasci pra cantar. Pra compor, pior ainda! Mas não sei viver sem música. Padeço desse delicioso mal, sofro dessa maravilhosa prisão. Resta-me entregar-me à esta sina cruel e fantástica. Vigi... Escrevi nada com nada dessa vez. O próximo texto há de ser melhorzinho.

Ledor e ledora queridos, abração.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MARCAS...

eNTÃO...

São 23h11. Ouço o cd "Força Maior", do meu amigo Pe. Jorge. Há tempos desejo escrever, mas me faltaram tempo, ânimo, confiança. Tive muitas vitórias nos últimos tempos. Tive muitas derrotas também. As conquistas, em geral, são vistas e até celebradas por muitos. Os fracassos têm sido só meus. Talvez isso me tenha afastado do teclado. Que Deus me dê uma força maior.

Esses dias eu me perguntava: "existe coisa mais asquerosa que uma barata?". Duas quiçá! Rsrsrsrs... Bem. Passei veneno em casa uma quinzena atrás. O rótulo dizia que a ação permaneceria semanas. Isso me fez prestar atenção. Tenho percebido que, de fato, o inseticida tem mesmo protegido minha casa, apesar de minhas narinas não captarem mais seu cheiro.

 Sim, ledor, entrei em uma daquelas minhas inexplicáveis locurações. Tentei resgatar, de minhas memórias, situações, lugares e pessoas que, como aquele veneno, muito embora já se quer possam ser captadas por meus sentidos, ainda marcam minha vida, meus pensamentos, e até minhas escolhas. Claro, redescobri o quanto algumas pessoas foram e ainda são deveras importantes pra mim. Desvelei amores pueris e juvenis, e findei por vislumbrar amores maduros.

Isso tudo encanta, mas gera temor também. Olhar para trás obriga a reconhecer o quão efêmera é a realidade material e como é ágil o tempo em que vivemos. Sei lá o que estou dizendo, nunca sei. Confesso que quero amar a vida e todos ao meu redor, enquanto ainda há tempo. Bjo no coração de todos.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

eNTÃO...

São 17h18. Tenho de regar minhas plantas, preparar-me pra missa, terminar a sobremesa que desde ontem estou fazendo, ensaiar duas músicas para amanhã e, preciso, dar um "oi" num churrasco. Já fiz atas importantes e reuniões importantes hoje. Meu dia começou às 6h da manhã. Escrevo pra justificar o quão tem sido difícil atualizar o blog. Perdão querido e insistente ledor que, mesmo após dez dias, ainda me visita de vez enquando.

Bem, parece que estou feliz. Tenho vivido algumas tensões internas, mencionadas nos últimos posts. Algumas coisas realmente mudaram. Algumas pessoas realmente se afastaram. Vejo-me muito sozinho. Desejei isso. Não me arrependo nem sofro por isso. Mas... Hehehehe!

Estive compondo para participar do festival jacarezinhense da canção. Ainda não sei se concorrerei. Cadê tempo para ensaiar e gravar a melodia? Nem tenho o devido preparo para cifrar as ditas cujas das letras. Não é nada fácil ser eu.

Pois é, esse texto é sem reflexões. O forte dos primeiros textos sempre foram minha visão de mundo. Minhas críticas e loas à vida. Esses textos voltarão em breve, se Deus quiser. Também, se Deus quiser, as correrias diminuirão. Também, queira Deus, um dia vou ser magrinho como desejo (rsrsrsrsrsrs). O importante é que estamos aqui, vivendo.

Deus abençoe a todos. Abração.

sábado, 6 de agosto de 2011

K D

eNTÃO...

São 22h06. Ouço "Solar", na voz inigualável da maior cantora do Brasil: Maria da Graça. Sei lá, lembrei-me desta música. Ledor, já lhe aconteceu, tenho certeza que sim, o sumiço de coisas banais? Aquelas coisas que ninguém pega e simplesmente desaparecem?

Qual será a explicação para isso? Há horas em que fico me lembrando de roupas, brinquedos, livros, fotos do passado e fico me perguntando onde teriam ido parar. Enterradas em algum quintal por aí? Tudo bem, são coisas muito passadas. Mas e os prendedores de roupas? As caixas de fósforos? As canetas? O outro par da meia? Onde é que foram parar?

Minhas preocupação é frívola? Posso até concordar. Mas há emoções e sentimentos que somem da mesma forma de dentro de nós, não? Há convicções que desaparecem! Valores que se transformam tão grandemente que parecem morrer. E essas coisas, quem as levou? Pra onde foram? Cadê? Sinceramente: não sei!

Vigi... Quantas perguntas! Pareço desesperado? Não estou. Só espero que um dia o designio divino que cada um desses sumiços faça sentido. Não para satisfazer qualquer egoísmo meu, mas para que eu me fascine ainda mais com o mistério da vida e do viver. Deus nos abençoe. Abraços.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

NA ALEGRIA E NA TRISTEZA

eNTÃO...


São 21h41. Ouço "Forever by your side". Escrevi vários textos nesse tempo de silêncio, mas a nenhum eu quis postar. Muita coisa aconteceu. Reforço a idéia do último texto: "é hora de mudar". Isso dá medo, muito medo. Mas creio no que tenho pregado nesta última semana: "é preciso aventurar-se pela vida em Deus".

Estou feliz: meus cravos estão vingando e o primeiro botão abriu, há outros florescendo; minhas orquídeas estão dando sinais de vida; ganhei oito mudas de dálias ( \o/ \o/ \o/ ); participei da missa pelas pessoas com depressão (postei sobre ela em 26/12/2010), que foi linda; alguns projetos eclesiais estão em andamento e percebo muita gente sonhando comigo, o que é muito gostoso;

Preocupa-me a certeza de alguns passos dados errado; doe-me saber que magoarei, em breve, alguém que muito prezo; incomodá-me que alguns amigos tão queridos estejam distantes, e por coisas tão banais; vivo na fé, sem entender muito bem como isso acontece; sinto mais saudades de minha mãe a cada dia...

Que fazer? Não sei. Nunca sei (rsrsrsrss). Despojo-me e me aprisiono simultaneamente. Será que todo mundo é assim ou eu é que sou complexo demais? Ledor, eu não sou maluco! Que venha a pintura, que venham os bancos, que venha a grade, mas que todos esses desafios estejam sob a mão poderosa do Senhor nosso Deus. A cada tempo sua coisa, mas Deus em todos eles. Amém.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

DEFINIÇÃO

eNTÃO...

São 21h. Meus olhos doem. Ouço Eyshila na rádio uol. Não sei se entitulo a esse post de Richter ou de Protagonistas. Já compôs Catulo da Paixão Cearense: "Como definir o que só sei sentir?". Tem dias, ou melhor, tem tempos em que tudo parece ruir de tal forma que nos dá a impressão de não sobrar pedra sobre pedra no final. Vivo isso. Seria a hora de mudar tudo? Abandonar crenças e pessoas tão próximas para construir algo novo sobre os escombros?

Calma, ledor. Não, não estou pensando em abandonar meu caminho com Deus. Estou locurando assim: se minha vida fosse um vídeo game, não estaria na hora de mudar de fase?; se fosse uma série, não estaria na hora de mudar de temporada?; se fosse uma partida de futebol, não estaria na hora de fazer alterações, trazendo para o campo alguns que estão no banco e mandando para o vestiário alguns dos que estão jogando?

Ando bem misterioso ultimamente? Hoje, mais uma vez, fui incompreendido, e de forma pueril. Todo um clima ruim se formou. E não passará tão cedo! Temo as consequências. Vislumbro uma libertação necessária e dolorida. Ah, meu Deus, faze o quiseres!

Amanhã estarei em minha terra natal num velório. Um personagem importante de minha infância faleceu. Outra sensação estranha. O tempo está se passando e homens e mulheres, outrora tão fundamentais, estão indo. É o destino de todos: a morte. Não a temo, mas não estar preparado pra ela, sim. Enfim, protagonistas vão se alterando em nossa história. De repente se vêem coadjuvantes e, quando menos se espera, estão apenas nas boas e saudosas memórias.

Um dia estaremos todos com Deus, sem terremotos físicos, emocionais ou espirituais. Eu creio, espero e disponho-me... Antes de terminar, apenas para não perder o costume, devo escrever: "sei lá..."

terça-feira, 19 de julho de 2011

#@!#@!#@!#@!

eNTÃO...
São 13h05. Estou me perguntando qual o antônimo de hipocrisia. Sinceramente, não sei. Pior é que já não sei exatamente o que é hipocrisia. Seria a situação concreta de vida onde se faz objetivamente algo do qual se fala o contrário? Ou seria falar com veemência de algo que não se vive na realidade? As perguntas parecem iguais mas há tênue diferença entre elas.

Não é, todavia, a questão linguística que me incomoda agora. Há posturas tão verazes e pontos de vista tão sinceros colocados sobre fatos, tornando-os, aprioristicamente, tão coerentes que, por mais que idôneos juízos contrários se manifestassem, ainda assim a coerência permaneceria intocável.

A incógnita maior, no entanto, é que tais idôneos juízos contrários também se apresentam, não raro, articulados sobre uma coerência interna por demais verdadeira, de tal forma que os mesmos não podem, igualmente, ter sua integridade lógica e ontológica colocadas em cheque. Daí se deduz a grande e filosófica questão: "se ambas, apesar de contrárias, quando não contraditórias, são incorrigíveis, estão é possível estabelecer sobre o fato uma afirmação cem por cento concorde com a verdade?"

Sei que estou filosófico demais neste post, mas é a dureza do tempo presente que me coloca neste caminho. Será que estou sempre errado? Será que nunca estou certo? Devo repetir com Vander Lee: "meus amigos são amigos de ninguém"? Sei lá, nunca sei... Vou seguindo, vou vivendo... Mas uma coisa é verdade: o fundamental não deveria se enconder sob a inconsistência do efêmero.

sábado, 16 de julho de 2011

IGNEIDADE

eNTÃO...

São 20h53. Ouço o cd de salmos da Canção Nova. O blogger ainda não me deixa postar imagens. Barbárie. Paciência. Nos últimos dias tenho pensado no fogo, como vilão. Aquele que impiedosamente consome tudo a seu redor, destruindo, reduzindo a pó o que pode ter demorado anos para se erigir.

Ao mesmo tempo, penso que ele não é mal em si mesmo. A maldade está naquele que irresponsavelmente o gera e o lança no mundo sem se preocupar com as consequências de seu ato. Gerar um monstro que pode vir a ser incontrolável! Deus me livre desta sina. Livre-me também do confronto com tais bestas.

Há, todavia, um outro tipo de fogo que tem feito arder meus neurônios. Um fogo que não encontro palavra para definir. Saiba, aquilo que parece verdade no momento e no contexto em que se diz, se faz, se vive, mas que o tempo corrói tão ágil quanto a onda do mar deleta o rabisco na areia da praia. Por quatro anos pareceu-me um mal necessário, neste quinto não quero!

Quiçá esteja sendo injusto, mas minha veracidade é incontestavelmente truísta. Sempre que posso, sou eu mesmo e mais ninguém. Não consigo ser diferente de mim mesmo! Graças a Deus, né? É como um fogo que arde dentro de mim sem consumir-se: a angustiante necessidade de ser coerente comigo mesmo e com meus sentimentos e racionalizações.

Amigo ledor, exagerei no advérbios nesse texto, não? Talvez ele pareça sem sentido, mas a igneidade está presente nos dois assuntos tratados. Deus o abençoe e a mim também. Abração.