terça-feira, 24 de novembro de 2015

NOSTALGIA DA INFÂNCIA

eNTÃO...

Desde criança gosto desta música. Ela mexe comigo.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SOBRE NOSSOS PAIS

eNTÃO...

O tempo passa. Os filhos crescem e os pais "encolhem". Sim, quando eu fora pequeno, meus pais, grandes, fortes, gordos. Em meu mundo de fantasia, podiam tudo. Sabiam tudo.

Depois, cresci um pouquinho. Eles continuavam grandes, fortes, mas já não me pareciam saber tudo. Nalguns conflituosos momentos, acreditei saber bem mais que eles. Mais uns anos, o grande e o forte fizeram-se adjetivos meus. Para eles, frágeis, idosos, enfermos, magros. E relutantes em aceitar a verdade, pois mesmo me vendo homem feito, insistiam em me aconselhar, proteger, acarinhar.

Implacável, o tempo os levou. Justo, o tempo está me levando também. Ou melhor: ledores, o tempo está nos levando. Horas há em que já nem sei estar crescendo ou encolhendo. Se a mente e o espírito abrem asas em busca de vôos mais altos, o corpo já não tem a disposição de outrora. Os cabelos caem, a vista enfraquece e as pernas já não correm com tanta agilidade. E o tempo? Bem, ele continua indo, indo, indo...

Interessante é constatar que ele, o tempo, soberano destruidor do existente, é incapaz de tocar no sagrado plantado dentro de nós. Pode nos levar pai e mãe, mas não apaga o que eles nos ensinaram. Algoz perseguidor de tudo o que é novo, o tempo nos envelhece, sem demolir os valores, as alegrias, e as certezas que a tenra idade construiu dentro de nós.

E com o suceder dos meses, clarifica-se a certeza de que não raras vezes, quando cri saber mais que meus pais, estive errado. Pois as letras nos livros nunca terão: a peso da experiência e o concentrado do amor que só quer amparar, favorecer, ajudar e desenvolver.

O amor amadurece sem apodrecer. O amor nos amadurece sem nos envelhecer. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

BOLEROS

eNTÃO...

A canção fala em saudade. E não "saudade de contigo voltar", e sim "saudade de amar". Considero muito propícios e fortes os versos "a gente não deve sofrer por amor tanto assim", e "só sabe de amor e saudade quem já ficou só". Um bolero digno de muitas audições. Por isso não me canso dele.

Caros ledores, fiquei pensando na questão França ou Minas nas cores do Facebook. A princípio penso que cada um coloque a bandeira que quiser no perfil de sua página pessoal. Ninguém tem nada a ver com isso. Porém, porque o atentado no estrangeiro parece ter mobilizado mais que o acidente no próprio país?

Longe de qualquer espécie de estudo social ou afim, creio que possa parecer mais próximo de nós a violência inesperadamente cometida num evento lúdico. Afinal, quantos de nós estamos acostumados a festas, boates, casas de shows, shoppings, cinemas, etc? Quantos já não viajaram para fora do país e divertiram-se lá? Quantos "gringos" já não conhecemos por aqui? Ademais, a dor francesa foi diretamente causada por decisões humanas extremistas em total desacordo com nosso modo de pensar e de viver. Aquelas mortes nos ofendem porque qualquer um daqueles poderia ser um nós ou um dos nossos. A simpatia com os franceses é apenas mais um modo de ressentir nossas dores e nossos medos.

Um novo bolero brada "meu bem, conta pra saudade, que a felicidade veio morar em seu lugar". Assim seja na vida das famílias que perderam entes queridos. Seja na França, no Brasil, em Minas ou noutro estado, seja onde for. Que mais do que brigar por cores num perfil, cada um possa amar de verdade, transcendendo em bondade, por mais singela que seja, e ajudando aquele que sofre a superar suas tragédias. Cada um se solidarize com quem quiser, mas que todos sejam solidários.

Amém.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

AGONIA

eNTÃO...

"Aqui no coração eu sei que vou morrer um pouco a cada dia"

Há feridas que não cicatrizam, enfermidades que não se curam, e dores que não passam. Transmite carência de fé tal afirmação? Quiçá. Só quem sofre conhece a dor, e ninguém mais. As palavras podem criar reciprocidade, aproximar, gerar compreensão. Todavia, o que está entranhado na carne da gente é só nosso. Tão nosso que não se pode exprimir com precisão.

E quando a vida se mostra esvair, não só no tempo, mas também no sangue que pulsa de dentro de nós, para tornar-se mancha preocupantemente desprezável, um choque de realidade impõe-se, por vezes conduzindo à lágrima, noutras à revolta, em alguns vergonha, noutros  resignação. E onde buscar um esgar: na agonia ou na euforia? A canção elucida "se eu tentasse entender, por mais que eu me esforçasse, eu não conseguiria". Então, se dizer não resolve, melhor calar.

No entanto, uma abissal ironia se apresenta neste ínterim: calar também é comunicar! E destarte, esconder na transparência, ocultar em pleno dia, velar sob peneira, são missões cumpríveis por pouco tempo, em algum ínfimo e imprescindível milésimo de segundo, a verdade salta gritante de seu canto silente. E, seja longe ou seja perto, seja muito ou seja pouco, a algum lugar ela chega para algo deixar.

Sobre o que estou falando, ledores? Com sinceridade lhes respondo: nem sei, ó. Se entenderem, me expliquem. Se como eu, divagarem entre o emaranhado dosadamente misturado de termos usados neste texto, apenas reflitam e alguma luz se lhes mostrará. Um beijo no coração de todos.

domingo, 15 de novembro de 2015

MAIS UM DIA...

eNTÃO...

Como pode aprontar tanto e depois com a mais perfeita feição de vítima chorar com o mais perseguido dos homens? Nem sei se admiro ou se me enojo. Mas, paciência... A vida tem desses naipes. E esse foi apenas no fim da noite. O dia teve outras interessantes surpresas.

Enquanto falava com os catequizandos que amanhã farão sua primeira comunhão, um pai e seu pequeno filho me chamaram na porta. Queriam se despedir. Imediatamente pensei: "mas eu é que pretendia me despedir deles!". Sim, foram viajar e provavelmente não voltem antes da minha partida. A criança de quatro anos deu-me um beijo afetuoso. Foi, talvez, o primeiros dos poucos fãs que conquistei nesta cidade. Espero um dia poder revê-lo, homem feito, feliz, e servindo a Deus.

Já à tardezinha o celular vibrou. A mensagem dizia "estou em Cruzeiro do Sul, se puder, quero visitá-lo amanhã". Imediatamente pensei: "mas eu agendei minha visita de despedida à família dele e ele me vem visitar antes".Sim, embora sem sucesso, a primeira pessoa a vir me procurar em Guajará foi de Thaumaturgo. A primeira pessoa de fora a me visitar em Guajará foi de Thaumaturgo. E agora, novamente terei visita de lá. E não consigo me libertar da incontrolável percepção de tais detalhes.

Depois do jantar, ingerir os comprimidos receitados com a seguinte orientação "só pare de tomar depois que morrer". Como olhá-los e não pensar "tomá-los pelos próximos quarenta anos? acho que não!". 

Enfim, ledores, sei que não lhes interessa minha vida, e sim minhas singelas reflexões. Acontece que me dei conta, a partir desses rotineiros fatos, que há certas ironias na vida. A gente planeja um "oi" e de repente o recebe antes de oferecê-lo. A gente espera um "tchau" e percebe que só o terá se ofertá-lo antes. E assim a história vai se fazendo, tantas vezes, à mercê do que queremos ou sonhamos. É a vida, é bonita e é bonita. Bjs.

SEA

eNTÃO...

Tudo se encaminha para a reta final. Um fim cá que se tornará um começo lá. É assim a vida. Estou ouvindo "Sea", na voz de Ney Matogrosso. Confesso nunca ter dado muita atenção a esta música. Porém, hoje ela fala comigo.

A vida dá tantas voltas que às vezes a gente se sente tonto, não? De repente, olhar para trás, lembrar dos amigos de adolescência e juventude, dos quais sobrou apenas uma aceitação no facebook, conscientiza do quanto tudo mudou, embora alguma coisa tenha estado sempre presente. 

Somos quem somos, sempre. E o mesmo homem de agora é o menino de anteontem. No entanto, com algo mais além da idade. Oxalá seja maturidade. Fato é que a moeda está no ar, cairá cara ou coroa? Só mesmo o momento dirá. Os dias estão passando. As horas se aproximando. A algum lugar chegaremos, isso se não nos mantivermos estacionados na mediocridade de uma vida sem ideal. Já ouvi que parar é sinônimo de andar pra trás. Na hodiernidade, indubitavelmente, creio ser verdade.

Pior é não ter segurança de pra onde se está indo. A cada decisão tomada, um rumo se nos apresenta à frente. Onde dará? Repito: só mesmo o momento dirá. Decidamos de boa consciência. Não há outra saída, há? Paciência. No fim, como deseja a canção "y que sea lo que sea".

Grande abraço, ledores.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

CHANCE DE ALADIM

eNTÃO...

Sem preconceitos, prestemos atenção à letra.
Quando a mim, simplesmente gosto. Nada mais a declarar.



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

SEMPRE CAMINHAR

eNTÃO...

"Pra cada passo existe um tempo, existe uma hora."

Ainda neste dia refletia na visita a duas senhora idosas e enfermas sobre a cura dos dez leprosos. Mesmo doentes, eles se puseram a caminho, de acordo com a orientação de Jesus que lhes dissera "vão apresentar-se ao sacerdote". Respeitado o devido contexto histórico do evento, viajei, em minhas "loucurações", com o seguinte pensamento: "eles foram curados no caminho". O Senhor poderia tê-los curado prontamente, porém os preferiu colocar num itinerário de fé primeiro.

Fiquei pensando na importância do caminho. Não uma ou duas vezes Jesus falou em seguimento. E quando tratou do assunto, sem meias verdades, descreveu o percurso como sendo de estreita largura, e citou a cruz, a renúncia, a perseguição e a morte com partes integrantes da viagem. Na chegada, espera o pódio, a coroa, a medalha. Todavia, como nas corridas meramente humanas, alcançar tais troféus exige suor, determinação e sofrimento. Não é para qualquer um. E isso recorda-me outros ditos do Senhor: "aquele que perseverar até o fim será salvo", "os violentos conquistarão o Reino".

Aonde quero chegar com o que digo? Sinceramente, ledores: não sei. A canção afirma que "o importante é caminhar". Por isso, insistamos, passo após passo, sempre em frente, rumo àquilo que o Senhor planejou para nós. Mesmo não sabendo com precisão o que seja. A vida é cheia de altos e baixos, e não sabemos até quando estaremos por aqui. Temer a morte ou angustiar-se devido às ameaças que ela nos faça não ajuda muito a viver. Então, caminhemos, é o que pretendo fazer, enquanto Deus me permitir.

No final, que o coração esteja cheio de gratidão a Deus pela vida que nos permitiu viver, e por estar conosco em tudo o que construímos ou implodimos em nossa história pessoal. O estrangeiro voltou para Jesus louvando a Deus com cantos de alegria e reconheceu a misericórdia do Senhor jogando aos pés de seu taumaturgo. Que somos neste mundo que não forasteiros? Nossa casa é o céu.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

PORTO SEGURO

eNTÃO...

"Meu coração, a calma de um mar que guarda tamanhos segredos de versos naufragados e sem tempo".

Nada sei explicar sobre os motivos que me remetem a esta canção. O que me é certo: acordei com ela martelando minha memória. Imaginei um veleiro disponível para o percurso que eu quisesse fazer. Só bastava adentrá-lo e decidir o sentido para qual o ar deveria se mover. Vento e embarcação respeitariam obedientemente a minha vontade. Para onde ir? Para dentro de mim mesmo?

Bom seria seguir tal itinerário convicto de encontrar no ponto de chegada a serenidade de uma alma realizada consigo mesma e a tranquilidade de uma vida sem guerras, sem despojos, sem traumas ainda por curar. Concretizar-se-ia a utopia não impossível de descobrir-se, amar-se na totalidade, e convencer-se de uma história repleta de sentido, conduzida por um poder superior não déspota, mas transbordante de respeito e boa vontade.

Ali, os segredos já não seriam mais o que são, e os mistérios, ainda não elucidados, mostrar-se-iam transparentes como é a felicidade reluzindo num olhar. A paz simplesmente reinaria e nada mais se imporia necessário. E mesmo sós, perceber-nos-íamos acompanhados do afeto de tantos amantes e amados em nossa história. Cientes da gratuidade presente nos primórdios do nosso devir, alimentar-nos-íamos da gratidão em constante e perpétua erupção dentro de nós. Erros e acertos ver-se-iam no mesmo rol das braçadas desejosas do porto seguro para o qual se partiu em viagem.

Solidão não seria solidão. E companhia não seria ter-se ao lado. Já a vida seria vida, na plenitude daquilo que é por si em Deus.

Ledores, exagerei no uso de mesóclises, né? Por favor, torçam para que um dia eu aprenda a escrever. Grande abraço.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

APENAS MAIS UMA VIAGEM

eNTÃO...

O carro quebrar pela terceira vez em dois meses foi um mal sinal. Voltar pra casa de ônibus fez-se necessário novamente. Impagável, porém, a experiência de ouvir durante tanto tempo as histórias contadas por aquele paraense tão simpático. E eu nem imaginava que ele me conhecesse. Dois teores da conversa me chamaram a atenção.

Primeiro a grande diversidade cultural existente no país. Ele falava do Pará, de Roraima e de Manaus. E eu viajava em pensamentos na ânsia insana de um dia poder conhecer todos os estados brasileiros. Dialogar com seus povos. Conhecer suas realidades. Desvelar suas riquezas. Encantar-me com seus valores. Conviver com seus limites. Aceitar as diferenças. Assustar-me com possíveis contra-valores.

Em segundo lugar, sensibilizou-me o modo corajoso como encarava a vida e sonhava com a superação dos desafios impostos àquele que acaba de chegar com esposa e filho pequeno a uma nova região, sem ter parentes, sem ter trabalho, sem ter recursos. Tocou-me a alma ouvi-lo descrever a infância, tão parecida com a minha e a forma como em todas as situações procurou servir a Deus de bom coração.

Por fim, o mais gostoso de tudo, poder dizer-lhe que as portas da Igreja estão abertas e que dependendo da disponibilidade dele, ao menos leituras nas missas vamos providenciar para que faça. Isso me lembrou de outro paraense que interrompeu meus serviços de jardineiro, em Jacarezinho, para dizer que, recém chegado ao Pará, desejava participar da comunidade.

Assim é a vida, vamos acolhendo o quanto pudermos. É tão melhor assim. Difícil compreender uma comunidade que se fecha em panelas, que absolutiza a liderança, e que sente prazer em dizer que há décadas as coisas são como são. Judas mal morrera e já os apóstolos elegeram Matias. Doze foram os primeiros, hoje existem milhares espalhados pelo mundo. Enfim, abrir portas me parece o caminho. É certo que nem sempre conseguimos dizer "sim", mas que o façamos o máximo possível.

Ledores, beijo no coração de vocês.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

IRMÃOS...

eNTÃO...

Jesus curou a filha da cananéia, e não pediu que elas se convertessem à Torah e nem que o seguissem. Curou os dez leprosos sem se preocupar quantos fossem judeus e sem atentar para o fato de um ser samaritano. Dispôs-se a ir até a casa do oficial romano, curou o servo do homem "pagão" sem exigir nada de ambos. E tudo isso me martelou a consciência no dia de ontem.

Desconfio que Jesus jamais tenha se aproximado de atitudes proselitistas. Aqueles que o seguiram o fizeram de livre e espontânea vontade. Ele não ameaçou quem o rejeitasse. Os "ais" que manifestou dirigiram-se àqueles que não praticavam de bom coração a sua própria religião. Quando o estranhamento abateu-se sobre seus seguidores, devido ao discurso do pão da vida, com segurança respeitou os que preferiram se afastar e serenamente ofereceu a mesma opção aos doze.

Somos acostumados a dizer que Jesus acolheu as minorias desprezadas de seu tempo: os pobres; as mulheres; as crianças; os doentes. E quando assim agiu, o Senhor, dando-se misericordiosamente, nada cobrou, e nem criou obstáculos ou elencou condições do tipo: "curo apenas se..." ou "liberto somente caso...". E assim foi que tratou os estrangeiros também. E quando, no tempo de Jesus, se fala em estrangeiro, imediatamente se pensa em outras experiências religiosas.

A exceção de que me lembro é apenas no encontro com a Samaritana. Buscar o marido significava decidir-se por seguir e adorar ao verdadeiro Deus. O único capaz de dar água da vida. E quem seria tal divindade? Jesus afirma ser Ele mesmo. Destarte, confesso, não nego, se Jesus é aceito como Senhor e Salvador por um homem ou uma mulher quaisquer, este alguém, ainda que não esteja ao meu lado, segue e adora ao mesmo Deus que eu. 

Este texto destoa do meu estilo, ledores? Perdão. Sou meio metamorfose ambulante. De repente, mesmo estando cem por cento presente em mim mesmo, fujo de mim. Sim, eu gostaria que todos fossem católicos, mas já seria feliz se todos fossem cristãos. Enquanto espero por isso, que ao menos, católicos ou protestantes, cristãos ou não, como pessoas, saibamos nos respeitar, acolher e solidarizar fraternalmente. Creio que isso agradaria a Deus, ver seus filhos, mesmo tão diferentes, sendo irmãos de fato.



segunda-feira, 2 de novembro de 2015

SÃO FRANCISCO XAVIER

eNTÃO...



Estou ouvindo um repertório vocacional e pensando dos caminhos do Senhor. Primeiro ouvi, bem no fundo da minha consciência, a voz de Deus me chamando para o Acre. Fiquei meses discernindo. Livrando-me dos apegos e superando os medos, para finalmente dizer "sim", enfrentar o estranhamento dos amigos e familiares, e partir. E cá estou na Amazônia. 

Quando surgiu a possibilidade de ir pro Mato Grosso, não pensei se quer cinco minutos. Disse "sim". Não tive medos para superar e nem apegos de que me livrar. Esperei três meses pelo contato que sacramentasse a decisão, e o que aconteceu? Semana passada fui nomeado para um paróquia no interior do Paraná, pertinho de onde nasci e dedicada ao patrono da missões. E cá estou, na Amazônia, trabalhando na alma os receios de voltar e me preparando psicologicamente para os desafios que lá me esperam.

Há uma simplicidade muito grande nos fatos que relato. Ao mesmo tempo, no entanto, uma misteriosa ironia. No momento em que meu coração encontra-se comodamente aninhado, sou impelido a abrir as asas e a alçar um longo e distante voo. No momento em que me sinto livre para continuar pelos ares, sou direcionado a voltar pro ninho. O melhor é que, mesmo não entendendo, creio, confio e espero. Estou convicto de que aí está a vontade de Deus para minha vida.

Que mais posso dizer neste texto? Talvez o que diz a canção "quem deixa Deus ser Deus vê melhor aquilo que os olhos não podem ver". Paciência. Redescubro a cada dia o peso e alegria dos versos "aonde mandar eu irei, seu amor eu não posso ocultar". Enfim, entre tantos sonhos, realizados ou 'frustrados', vou me conscientizando que o que realmente preciso é anunciar. Muitos dons desejei, mas é este que Deus me deu "com a voz testemunhar e ensinar a este mundo como é bom" amá-lo e servi-lo.

Ah, ledores, gostaria de não precisar escrever o que vou escrever, porém pressinto ser necessário. Fiquei muito feliz com a nomeação. Grato a Deus, ao bispo, e aos padres conselheiros, que, sem saber, me confiaram justamente a paróquia com a qual meu coração flertava. Deus é bom.

Por fim, quando a vida parecer nos dar uma rasteira, cantemos para nós mesmos: "Espera no Senhor e tem coragem. O importante é caminhar!".

Bjs.