sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

INCOERÊNCIAS...

eNTÃO...



São 15h22. Ouço Waldick Soriano. Há duas semanas ouvi uma moça dizer a outra: "Eu estou rezando para que ele não seja condenado, mas essas coisas só acontecem porque o Brasil não pude quem apronta!". Ledores, dá pra entender? Ela estava rezando para o que o cara que dirigiu em alta velocidade e embriagado, causando um grave, não pagasse por isso, e ao mesmo tempo estava criticando o país que não pude quem age como o indivíduo citado.

Fiquei barbaricamente incomodado. Seria ela tão simplória que não percebia a incoerência do que dissera? Seria ela tão egoísta a ponto de acreditar que punição só para os desconhecidos? Seria tão elitizada, embora visivelmente de família humilde, a ponto de achar que só os pobres devem ser criminalizados? Digo isso porque da boca dela também ouvi: "ah, se ele for preso, o pai paga a fiança e ele sai rapidinho!".

Fico até meio sem jeito de manifestar qualquer impressão a respeito dessas coisas, afinal, qualquer meia palavra hoje dá processo e nem preciso disso em 2012. Quero apenas terminar esse relato com o mais sincero desejo de que Deus nos ajude a sermos pessoas coerentes no que dizemos e no que fazemos, ainda que isso nos doa.

Galerinha do bem, feliz ano novo pra todos. Abração.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

RITUAIS

eNTÃO...

São 08h42. Ouço uma seleção de músicas religiosas. Durante todos esses últimos dias do ano passei por uma diversidade grande de situações, algumas inéditas. Enfeitar árvores de Natal, cerimônias de formatura, casamentos, aniversários, "inauguração" de residência, desejar feliz Natal, etc. Isso tudo me fez pensar na necessidade que o homem tem de rituais.

Não basta terminar o curso, precisa ter uma cerimônia de formatura. Não basta aniversariar ou se casar, é imprescindível festa. Discursos são quase sempre indispensáveis pra quem ouve e igualmente quase sempre angustiantes para quem fala. Dentro do esquema de rituais, roupas, palavras, gestos, repetem-se, às vezes, sem consciência clara de seu significado, porém, sempre, com consciência de que sua ausência deve ser preenchida.

Não quero aqui fazer críticas ou loas às cerimônias ou ritos dos quais participamos, apenas levantar a questão: "por que será que nos são tão importantes os rituais?" Penso que seja um modo de materializarmos sentimentos presentes dentro de nós. É a forma de dar rosto àquilo que não tem face, gosto ao insípido, cheiro ao inodoro.

É-me, todavia, intrigante suspeitar que tal necessidade entranhou-se tão intensamente no coletivo, que homens simples sejam quase crucificados quando se atrevem a recusar ou a recusar-se a esta ou àquela cerimônia. Daí nasce a mais inquiedade de minhas questões: "os ritos devem agradar a quem? satisfazem às necessidades de quem, afinal?"

Ledores, estou falando besteiras, né? Perdão. Em breve falamos doutras coisas. Abração.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

RESSIGNIFICAÇÕES

eNTÃO...

São 10h56. Ouço o som dos carros passando na rua. Estou em paz, graças a Deus. A última semana foi muito tensa. Devido a uma série de fatores, comentários e situações, creu-se que eu pudesse estar doente. Foi interessante suspeitar que pudesse ter dentro de mim uma enfermidade letal e sem cura. As pessoas com quem gostaria de partilhar estavam e estão a kilometros de distância. Destarte, restou-me o semblante pesado, a ansiedade, o silêncio e minhas eternas locurações.

Fantasiei todas as possibilidades de vida caso os exames comprovassem-me enfermo. Minhas história adquiriu novo sentido e meu futuro encontrou novos rumos. Claro que em momento algum quis estar doente. Orei para que Deus me livrasse desse cálice, mas também me preparei psicologimamente para a obrigatoriedade de tomá-lo.

Enfim... Sem muitas delongas nesse assunto que será enterrado aqui. Os exames deram negativo, mas os efeitos disso tudo imprimiram novos valores em mim! Acho que já não sou o mesmo. Embora tenha passado longe da morte, a senti perto de mim. Não sei se isso tudo vai mudar meu modo de ser, pois sou tão eu que não me imagino diferente (rsrsrsrs), mas meu modo de pensar e sentir a vida está mudando.

Ah, sei lá do que estou falando. Só sei que é bom demais ter fé! Abraço pra todos, ledores fiéis.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

LOUCURAÇÕES...

eNTÃO...

São 6h25. Ouço Vanessa da Mata. Quarenta e três depois, estou escrevendo para o blog. O motivo do silêncio inexiste. Talvez estivesse sem inspiração. Acordei meio angustiado, meio inconformado, meio amedrontado, meio...

O que tenho? Não vou dizer! Rsrsrs... Farei metáfora, como sempre. Estou tendo aulas de direção de moto. Percebo a cada dia que dirigir nada mais é que criar e firmar alguns hábitos, além de desenvolver uma habilidade.

A primeira dificuldade física está em equilibrar-se sobre o veículo. A primeira dificuldade psicológica é vencer o medo de cair e machucar-se. Depois disso, adquirir as malandragens necessárias para sobreviver às geografias de queda e às situações de risco. Conforme isto vá acontecendo, a moto vai se incorporando a nós, até chegar o momento em que ela e seu condutor se fundem, e toda a técnica perde a racionalidade para ganhar vitalidade. Neste ínterim, dirigir não exige mais pensar, basta viver.

É, ledora, minha crise não se concentra no processo de habilitação, e sim no processo de sobrevivência. A vida é uma eterna necessidade de equilibriar-se. O medo de cair, de machucar-se, e não ter retorno ou conserto e igualmente perene, nas coisas da vida. A qualquer momento nos derrubam ou atropelamos alguém. Muito amiúde, sem qualquer maldade. E daí?

Está complicado me entender! Paciência. Não sei ser claro. Desejo apenas ter equilibrio pra manter-me em pé sobre a corda banda da vida e desejo você saiba equilibrar-se também.