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São 08h42. Ouço uma seleção de músicas religiosas. Durante todos esses últimos dias do ano passei por uma diversidade grande de situações, algumas inéditas. Enfeitar árvores de Natal, cerimônias de formatura, casamentos, aniversários, "inauguração" de residência, desejar feliz Natal, etc. Isso tudo me fez pensar na necessidade que o homem tem de rituais.
Não basta terminar o curso, precisa ter uma cerimônia de formatura. Não basta aniversariar ou se casar, é imprescindível festa. Discursos são quase sempre indispensáveis pra quem ouve e igualmente quase sempre angustiantes para quem fala. Dentro do esquema de rituais, roupas, palavras, gestos, repetem-se, às vezes, sem consciência clara de seu significado, porém, sempre, com consciência de que sua ausência deve ser preenchida.
Não quero aqui fazer críticas ou loas às cerimônias ou ritos dos quais participamos, apenas levantar a questão: "por que será que nos são tão importantes os rituais?" Penso que seja um modo de materializarmos sentimentos presentes dentro de nós. É a forma de dar rosto àquilo que não tem face, gosto ao insípido, cheiro ao inodoro.
É-me, todavia, intrigante suspeitar que tal necessidade entranhou-se tão intensamente no coletivo, que homens simples sejam quase crucificados quando se atrevem a recusar ou a recusar-se a esta ou àquela cerimônia. Daí nasce a mais inquiedade de minhas questões: "os ritos devem agradar a quem? satisfazem às necessidades de quem, afinal?"
Ledores, estou falando besteiras, né? Perdão. Em breve falamos doutras coisas. Abração.
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