quinta-feira, 3 de novembro de 2011

HAMLET

eNTÃO...

Um dia após meu carro ser atropelado
São 18h02. Ouço o cd "Coisas que vivi". Morei durante sete anos em Jacaré Pequeno. Durante esse tempo, apenas uma tarde por semana ía ao centro. Caminhava tranquilamente. Tudo na normalidade. Já nesses dias sem carro, descer ao centro e voltar ao alto da cidade continua tranquilo, mas é diferente, bem diferente.

Primeiro: pessoas me cumprimentam. Segundo: alguns se assustam por me ver a pé, outros oferecerem carona sem pensar duas vezes. Nos tempo idos, nem pensar em cumprimentos e carona, ninguém se quer me notava. Eu sei, ledora, é natural que hoje eu seja mais conhecido que outrora. Interessante, no entanto, é pensar no quanto a realidade presente é efêmera. De uma hora para outra tudo pode mudar radicalmente. Dá medo, né?

Meu carro estava sujo, né?
Essa consciência faz-me compreender os depressivos. Não é brinquedo perceber e sentir intensamente essa verdade. Posso ter carro agora e daqui a pouco não mais. Posso ter casa agora e daqui a pouco não. O mesmo se dá se pensarmos em emprego, saúde, família... Um acidente, um incêndio, uma maldade e pronto, tudo desfeito. E daí? As coisas que estão em nossa história são ou não são? Eis a questão!

Daqui uma semana o carro deve estar pronto. Esses dias sem ele me fizeram redescobrir minhas pernas. Repensar as distâncias também. Ah, e empatizar-me com aqueles que não tem veículos, indubitavelmente. Como sempre, alguma coisa estou aprendendo, mas nem sei dizer o quê! Nunca sei...

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