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Em 2010, quando morei em Bandeirantes, compus "Intempéries". Essa canção simples acabou se tornando uma de minhas pseudo-poesias mais queridas. Hoje, mais do que nunca, percebo o quanto uma escolha pode ditar mudanças radicais na vida da gente. E cada minuto vivido, seja no auge da movimentação ou no marasmo do fazer nada, é indispensavelmente importante e, por si só, precioso.
Relações pessoais se estabelecem a cada dia. Isso faz com que a experiência de partir e de retornar ganhe nuances de dor e de prazer, de alegria e de tristeza, sempre interconectadas, todavia, não amiúde, mal dosadas. E como lidar com isso tudo? Prosseguir supõe deixar algo ou alguém para trás. Não prosseguir é sinônimo de ver algo ou alguém nos deixar para trás. Ter consciência disso tudo pode serenizar os sentimentos, mas não resolve as lacunas que vez por outra se abrem em nossa alma.
Que solução então apresentar? Caio em lugar comum ao afirmar o que já tantas outras vezes disse. Só nos resta aproveitar o máximo e positivamente as presenças que estão por aqui agora. Quando tais presenças se tornarem ausências, porque esse é final natural de todas as inter-relações físicas... quando o não-estar ou o não-ser se impuser, que as memórias e saudades se tornem fraternas companheiras de viagem, e que a sensação de ter perdido, ter passado, ter envelhecido, não sobrepuje o gozo de ter vivido, de ter estado, de ter sido o que se foi.
Para o cristão, mais que um consolo, uma esperança, na fé que jamais decepciona: o ponto final definitivo não é término, mas é chegada; não é despedida, mas é encontro; não é aniquilação, mas re-criação. A aterrissagem se dá no aeroporto do céu, e quem nos espera é Deus.
Para quem não conhece "Intempéries", segue abaixo o link.
https://www.youtube.com/watch?v=fbPffxiJ5kY
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