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Os ritos de passagem são frequentes na história, fazem parte da antropologia humana. Um deles, incontestavelmente integrante na caminhada de todos, é o velório. Não entendo como algumas pessoas recusam sua presença ao lado de enfermos, de moribundos, ou de famílias enlutadas. Reconheço não ser fácil estar lá. Palavras nos faltam mesmo, mas um olhar empático e um abraço fraterno já são suficientes para quem os recebe.
Emocionei-me muito com a chegada de cada “jacarepequenense” em Andirá durante aquelas horas de dor. Também houve os bandeirantenses! Sou sincero ao dizer que não os esperava. Era domingo. E não tivera tempo de avisá-las. Jamais cobraria que fossem! Mas foram! Não por obrigação, mas por carinhosa caridade cristã. Deram-me força. Conduziram-me ao revaloramento da situação e da história. Mostraram-me a beleza latente na tristeza vivida.
Desta perda gerou-se em mim a sensação de solidão. De todos, sem ser de alguém: este sou eu! Feliz, assim sou eu! Ledores queridos, é tempo de amar. A morte desperta isso em nós. Não podemos deixar pra amanhã! É mister dizer para as pessoas o quanto nos são importantes, o quanto a amamos. E a hora é agora. Também é o tempo de descobrir as maravilhas de cada pessoa, mesmo que elas tenham muitos defeitos, muitos pecados. Mesmo que nos pareçam pedras, é urgente descobrir seus valores.
Findo aqui minha trilogia de quatro textos, embora ainda venha um último, com versos do Pe. Fábio de Melo: "Pode ser que nesta vida eu não possa mais voltar para amar quem não amei, consertar o que estraguei. O perdão que eu não pedi, a solidão que eu não desfiz, o sorriso que neguei e aquele esforço que eu não fiz".
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