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Ledores, perdão pelo silêncio destas últimas semanas. Meu álibi é o de sempre: o tempo está escasso. Ontem pensava sobre o processo de bota fora. Embora tendo planejado despedir-me no aeroporto de Cruzeiro do Sul, tudo se encaminhou para que eu percorresse as estradas do estado, passando dois dias por Feijó.
Em 2004, em uma missa de despedida, me fizeram chorar ao dizer que, segundo a bíblia, a terra pisada por um homem de Deus é-lhe dada pelo Senhor. Alguns solos amazônidos muito sagrados tornaram-se meus. E surpreendi-me com isso.
Vivo a descoberta do quanto o que nos é simples e, às vezes, até conscientemente devido, pode ser importante e marcante para outrem. De repente a gente ouve "não há palavras para agradecer tudo o que fez por mim" e se pergunta "mas o que foi que eu fiz?". E nada de pessoalmente extraordinário se apresenta. Fica o silêncio, a dúvida que não maltrata e nem inquieta, mas traz serenidade e solidão.
Sim, solidão. Não no sentido negativo da palavra, se é que possua algum sentido positivo. Creio que este "estar só" desenhe, ainda que imperfeitamente, o sentimento de ser de todos e não ter alguém.
Atenção, ledores e ledoras, não me refiro a qualquer espécie de relação passional. Com melhores palavras: o caminho a percorrer está povoado de pessoas, a força da missão, contudo, faz seguir em frente, encontrando amiúde novas gentes e as deixando também.
O melhor é acreditar que ninguém fica por completo pra traz, assim como nunca levamos tudo de nós adiante. Fica algo, na devida proporção daquilo que levamos. Enfim, estou estranho, mas em paz. Esperançoso e temeroso ao mesmo tempo. Feliz e saudoso. Miscelânea de sentimentos? Pois é, assim sou eu, muito prazer.
Na comunidade assim como na vida passam pessoas que apenas passam outras , marcam essa passagem. Obrigada por ter marcado sua passagem por essa comunidade. . .
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