sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ERRÁTICA

eNTÃO...

São 20h33. Ouço a chuva cair. A figura à direita representa a pausa de uma semifusa, e homenageia "Errática", uma letra de Caetano, gravada por Gal no cd "O sorriso do gato de Alice".

Desde a demissão de um amigo, ocorrida ontem, um pesar assombra minha mente. A cruel inexplicabilidade do ato fatiga minha inteligência. É evidente que qualquer empregado está sujeito ao mesmo, hora qualquer. Incomoda-me, todavia, a infundada e, talvez, pecaminosa suspeita de que tudo não passe de um capricho sutil, mascarado de justiça, cujas profundas raízes se encontram penetradas no amarume de uma alma frustrada consigo mesma.

Sei que relações trabalhistas são como briga de marido e mulher! Dizer que sou ninguém para comentar o ocorrido é um truísmo, e tenho consciência! Mas como amigo, devo sofrer! O desemprego, numa cidade tão pequena e, aparentemente, de tão poucas oportunidades é um infortúnio macerante.

A semifusa (imagem à esquerda) é uma nota musical que dura dezesseis avos de tempo. Estou desejando que a surpresa e o desgosto de meu amigo tenha a duração desta nota. Que seu desemprego seja isso: "pausa de fração de semifusa", como tão lindamente canta Gal. Que minha suspeita seja, realmente, infundada. Melhor eu pecar e não existirem pessoas tão decepcionantes e vazias, que o contrário.

Não está mais chovendo.
Deus converta meu coração.
Feliz Natal para todos!

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