eNTÃO...
São 13h05. Estou me perguntando qual o antônimo de hipocrisia. Sinceramente, não sei. Pior é que já não sei exatamente o que é hipocrisia. Seria a situação concreta de vida onde se faz objetivamente algo do qual se fala o contrário? Ou seria falar com veemência de algo que não se vive na realidade? As perguntas parecem iguais mas há tênue diferença entre elas.
Não é, todavia, a questão linguística que me incomoda agora. Há posturas tão verazes e pontos de vista tão sinceros colocados sobre fatos, tornando-os, aprioristicamente, tão coerentes que, por mais que idôneos juízos contrários se manifestassem, ainda assim a coerência permaneceria intocável.
A incógnita maior, no entanto, é que tais idôneos juízos contrários também se apresentam, não raro, articulados sobre uma coerência interna por demais verdadeira, de tal forma que os mesmos não podem, igualmente, ter sua integridade lógica e ontológica colocadas em cheque. Daí se deduz a grande e filosófica questão: "se ambas, apesar de contrárias, quando não contraditórias, são incorrigíveis, estão é possível estabelecer sobre o fato uma afirmação cem por cento concorde com a verdade?"
Sei que estou filosófico demais neste post, mas é a dureza do tempo presente que me coloca neste caminho. Será que estou sempre errado? Será que nunca estou certo? Devo repetir com Vander Lee: "meus amigos são amigos de ninguém"? Sei lá, nunca sei... Vou seguindo, vou vivendo... Mas uma coisa é verdade: o fundamental não deveria se enconder sob a inconsistência do efêmero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário