eNTÃO...
Sim, hoje faz nove, nove anos que me tornei padre. Sim, faz oito também, oito anos do falecimento de minha mamãezinha. O tempo passa rápido demais. E quantas histórias eu poderia contar desse tempo. As mais vivas em minha memória podem ser as de ontem. Mas as mais presentes neste dia são as de minha ordenação e também da morte da mãe.
Não me esqueço dos meus padrinhos, do povo de São José da Boa Vista, dos cantores da ordenação... Não me esqueço dos homicídios um ano depois, do amadorismo do hospital, dos desencontros da funerária... Um ano antes, dos padres da cidade tão empenhados. Um ano depois, os outros padres da cidade tão relapsos. É, não me esqueço do diácono, meu amigo, companheiro, verdadeiro irmão, sempre presente nas horas importantes da minha vida.
Perdão, ledores, se tais citações não lhe remetam a imagens ou histórias conhecidas. Nem todas elas contei. Talvez por carência de oportunidade ou por faltar presença de espírito, mas em todas as coisas, demos graças a Deus.
Nesses nove anos, creio ter rido mais que chorado. Admito: chorei amargas situações. Nenhuma delas, todavia, apagou meus sonhos, minha esperança. E se me fosse permitido um balanço, sorriria por saber que mesmo sendo poucos, nessa quase década de ministérios adquiri amigos para o resto da vida. Meu jeito esquisitão, sistemático, de reação rápida, sincera, forte... Bem, esse jeito afasta, assusta, amedronta. Os poucos, porém, que souberam encontrar a alma por trás de tanta marra, descobriram um menino que talvez jamais cresça, mas que é divertido, honesto, transparente.
Nossa, estou elogiando a mim mesmo? Isso não pode, gente. Perdão, peço-lhes novamente. Hora de terminar, certo? Serei lugar comum, paciência. Minha mãe me faz falta. E como faz. Deus lhe conceda o descanso eterno e a luz perpétua a ilumine. Amém. Amém.
Querido Padre, de fato a vida às vezes nos prega peças, nos coloca em situações impensadas e nos expõe... mas nem sempre isso é mau, já que permite que nos conheçamos melhor também nas situações de desassossego e estresse. Me entristeço pela sua mãe e pela falta que ela lhe faz. Mãe é assim, quando a temos por perto nem sempre a valorizamos, mas quando se vai... a alma dói. Todavia, há muitos, muitos motivos para nos alegrarmos, um deles é a beleza do seu ministério que comemora 9 anos. Nove anos de doação plena ao Pai, de se deixar conduzir pelo Espírito e na busca de 'amar como Jesus amou'. Felicito-o pela passagem dessa data, pela escolha do ministério e pela perseverança no caminho. As 'rabugices' citadas acima não tiram seu brilho nem a eloquência de suas palavras, porque 'o importante é invisível aos olhos'. Receba meu abraço fraterno pela data comemorada e minha gratidão pelos momentos de feliz convivência comunitária.
ResponderExcluirConfesso que fiquei surpresa e ao mesmo tempo muito feliz por te-lo conhecido um pouquinho, mesmo que seja através de uma postagem . Mesmo com alguns dias de atraso gostaria de dizer-lhe Parabéns! Que São Francisco de Assis interceta junto ao Pai pela sua vocação. É dizer-lhe Obrigada por ter aceitado ficar em nossa Paróquia este ano. E em consequencia tivemos o prazer de te-lo conhecido. Quanto a dor da perda , a conheço muito bem e sei o quanto é difícil ,mais Deus nos dar força a cada dia para supera-la. Fica com Deus.
ResponderExcluir