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Aceitei de bom coração estar lá para atender confissões. Não pude ir no horário que pediram, mas me aceitaram em meu tempo disponível. Agradeço à coordenação por isso. Fui ansioso por rever o pessoal de Marechal Thaumaturgo e acabei vendo poucos deles. O primeiro jovem a acolher-me era justamente de Eirunepé, lugar de onde saí meio fugido, na surdina da madrugada. Isso até me parece um sinal de Deus. Preciso atentar-me para lê-lo.
Porém, vamos ao mais importante. São poucas as pessoas que se confessam na Amazônia. Estar num acampamento com 400 jovens, dos quais um número relevante parecia interessando no sacramento foi muito bom pra mim. Ademais, a confissão é um dos sacramentos que mais nos exige. Ela cansa àquele que a ouve. E eu me cansei muito fisicamente. No entanto, voltei para casa muito satisfeito. Percebi o quanto a maioria dos penitentes que a mim vieram realmente precisavam reconciliar-se com Deus e consigo mesmos.
O triste na confissão é pensar no quanto estamos carentes de diálogo. Temos guardado coisas demais só pra nós mesmos, isso por não encontrar pessoas em quem nos pareça possível confiar realmente. Além disso... tão comum termos vergonha de falar de nós, de abrir o coração e mostrar quem somos, o que sentimos de verdade... Com este mundo onde se busca insanamente por perfeição, fama, sucesso, loas e mais loas, reconhecer sentimentos e atitudes aparentemente não louváveis não se coaduna. Infelizmente findamos em casulos e nos perdemos de nós mesmos. Repito: triste, muito triste.
Bem, o retrato que ilustra neste texto é do momento de adoração ao Santíssimo. Fez-me bem, ajoelhar-me entre tantos jovens perante meu Senhor e com eles clamar por misericórdia para mim e para o mundo. Sei que o Cristo nos ouviu e muitos corações naquela manhã foram tocados, graças a Deus.
Deus use de nós, quando quiser e como quiser. Amém.
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