segunda-feira, 15 de setembro de 2014

DESENCONTROS

eNTÃO...



Disse o grande Vinícius de Morais: "a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida!". Desde que o ouvi dizendo isso, guardo comigo essa premissa. E nos últimos tempos tenho pensado muito nisso. Os encontros e desencontros, às vezes abençoados e noutras vezes trágicos, que vivenciamos na vida.

Inquieta-me pensar em como há pessoas querendo amar pessoas que, de alguma misteriosa forma, não querem ser amadas. E não falo apenas em passionalidade, penso em alunos que rejeitam o cuidado de seus professores, pacientes que abandonam o cuidado de seus médicos, colegas de trabalho que fecham a cara e viram às costas a propostas de ajuda de outros colegas, e até suspeito de padres que se fecham ao carinho de seus paroquianos.

Tão tristemente natural tais coisas acontecerem, não? E inquieta-me mais ainda imaginar que, em muitos casos, isso se dê porque o amor oferecido, apesar de puro e verdade, é dispare do amor esperado, desejado, buscado. Esse é o pior dos desencontros. Digo isso porque em ambos os lados há veracidade, há abertura, há procura, mas "pino e plug têm medidas diferentes e não se encaixam"!

Na melhor das hipóteses fica cada qual de seu lado. Uma ou outra mágoa, um ou outro ressentimento resulta como natural. Na pior das hipóteses, no fim da vida, acabamos olhando para trás e nos martirizando com a cruel autocobrança "devia ter sido menos duro, menos fechado, menos exigente". 

Ledores, Deus nos dê um coração capaz não só de amar, mas também de receber amor. Beijo no coração de todos.

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