sexta-feira, 12 de setembro de 2014

VÔOS E ATERRISSAGENS

eNTÃO...


Essa foto é do dia que parti de Feijó para Eirunepé. Interessante que de tudo que me falaram a respeito desta cidade, as únicas coisas que realmente me parecem verdade são que por aqui se come muito peixe e que em alguns momentos nos sentimos isolados do mundo.

Não encontrei uma paróquia tão movimentada quanto se me prometiam. A cidade é movimentada. Mas uma coisa é bem diferente da outra. Também me falaram de um povo de sensualidade à flor da pele e de certo hedonismo livre. Se é assim, e não duvido que o seja, tal mundo, como não podia deixar de ser, não se aproximou de mim. Não o vejo, não o ouço, talvez perceba alguns indícios, mas que não o comprovam sem ressalvas. A cidade não é tão acabada quanto se pinta por lá. Mas precisa, sim, de investimento em urbanismo, lazer e cidadania.

A história do peixe é interessante porque há muitas reses em Eirunepé. Se todas as manhãs há venda de peixes enormes em feiras livres, há, todas as noites, muito mais casas de churrasco funcionando aqui que em Feijó. Já a ideia de isolamento, bem, desta não dá pra negar nada. Os aviões agora estão mais escassos que antes. Não têm horário de chegar nem de sair. As empresas traçam uma rota e de repente fazem outra. Se um produto acaba na cidade e pode chegar por sedex de Manaus, tudo bem, em no máximo uma semana está aqui. Mas se tiver de vir de balsa...

O legal é que eu sou o estrangeiro! Para a população local, assim é que é, e assim está bom. Desta forma, todos sofrem sem sofrer. E eu fico me perguntando o que são: vida, costumes, luxos, prazeres, expectativas e afins? Pode-se nascer, crescer e morrer no meio da floresta, ser feliz apesar dos limites, e compreender um sentido de vida inimaginável para quem vem de lugares um pouco mais desenvolvidos! Mas cá e lá são diferentes demais. Admiro quem consegue transitar pelos dois mundos e de ambos gostar.

Abraço, ledores queridos e fiéis.

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