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Como pode aprontar tanto e depois com a mais perfeita feição de vítima chorar com o mais perseguido dos homens? Nem sei se admiro ou se me enojo. Mas, paciência... A vida tem desses naipes. E esse foi apenas no fim da noite. O dia teve outras interessantes surpresas.
Enquanto falava com os catequizandos que amanhã farão sua primeira comunhão, um pai e seu pequeno filho me chamaram na porta. Queriam se despedir. Imediatamente pensei: "mas eu é que pretendia me despedir deles!". Sim, foram viajar e provavelmente não voltem antes da minha partida. A criança de quatro anos deu-me um beijo afetuoso. Foi, talvez, o primeiros dos poucos fãs que conquistei nesta cidade. Espero um dia poder revê-lo, homem feito, feliz, e servindo a Deus.
Já à tardezinha o celular vibrou. A mensagem dizia "estou em Cruzeiro do Sul, se puder, quero visitá-lo amanhã". Imediatamente pensei: "mas eu agendei minha visita de despedida à família dele e ele me vem visitar antes".Sim, embora sem sucesso, a primeira pessoa a vir me procurar em Guajará foi de Thaumaturgo. A primeira pessoa de fora a me visitar em Guajará foi de Thaumaturgo. E agora, novamente terei visita de lá. E não consigo me libertar da incontrolável percepção de tais detalhes.
Depois do jantar, ingerir os comprimidos receitados com a seguinte orientação "só pare de tomar depois que morrer". Como olhá-los e não pensar "tomá-los pelos próximos quarenta anos? acho que não!".
Enfim, ledores, sei que não lhes interessa minha vida, e sim minhas singelas reflexões. Acontece que me dei conta, a partir desses rotineiros fatos, que há certas ironias na vida. A gente planeja um "oi" e de repente o recebe antes de oferecê-lo. A gente espera um "tchau" e percebe que só o terá se ofertá-lo antes. E assim a história vai se fazendo, tantas vezes, à mercê do que queremos ou sonhamos. É a vida, é bonita e é bonita. Bjs.
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