quinta-feira, 5 de novembro de 2015

IRMÃOS...

eNTÃO...

Jesus curou a filha da cananéia, e não pediu que elas se convertessem à Torah e nem que o seguissem. Curou os dez leprosos sem se preocupar quantos fossem judeus e sem atentar para o fato de um ser samaritano. Dispôs-se a ir até a casa do oficial romano, curou o servo do homem "pagão" sem exigir nada de ambos. E tudo isso me martelou a consciência no dia de ontem.

Desconfio que Jesus jamais tenha se aproximado de atitudes proselitistas. Aqueles que o seguiram o fizeram de livre e espontânea vontade. Ele não ameaçou quem o rejeitasse. Os "ais" que manifestou dirigiram-se àqueles que não praticavam de bom coração a sua própria religião. Quando o estranhamento abateu-se sobre seus seguidores, devido ao discurso do pão da vida, com segurança respeitou os que preferiram se afastar e serenamente ofereceu a mesma opção aos doze.

Somos acostumados a dizer que Jesus acolheu as minorias desprezadas de seu tempo: os pobres; as mulheres; as crianças; os doentes. E quando assim agiu, o Senhor, dando-se misericordiosamente, nada cobrou, e nem criou obstáculos ou elencou condições do tipo: "curo apenas se..." ou "liberto somente caso...". E assim foi que tratou os estrangeiros também. E quando, no tempo de Jesus, se fala em estrangeiro, imediatamente se pensa em outras experiências religiosas.

A exceção de que me lembro é apenas no encontro com a Samaritana. Buscar o marido significava decidir-se por seguir e adorar ao verdadeiro Deus. O único capaz de dar água da vida. E quem seria tal divindade? Jesus afirma ser Ele mesmo. Destarte, confesso, não nego, se Jesus é aceito como Senhor e Salvador por um homem ou uma mulher quaisquer, este alguém, ainda que não esteja ao meu lado, segue e adora ao mesmo Deus que eu. 

Este texto destoa do meu estilo, ledores? Perdão. Sou meio metamorfose ambulante. De repente, mesmo estando cem por cento presente em mim mesmo, fujo de mim. Sim, eu gostaria que todos fossem católicos, mas já seria feliz se todos fossem cristãos. Enquanto espero por isso, que ao menos, católicos ou protestantes, cristãos ou não, como pessoas, saibamos nos respeitar, acolher e solidarizar fraternalmente. Creio que isso agradaria a Deus, ver seus filhos, mesmo tão diferentes, sendo irmãos de fato.



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