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A canção fala em saudade. E não "saudade de contigo voltar", e sim "saudade de amar". Considero muito propícios e fortes os versos "a gente não deve sofrer por amor tanto assim", e "só sabe de amor e saudade quem já ficou só". Um bolero digno de muitas audições. Por isso não me canso dele.
Caros ledores, fiquei pensando na questão França ou Minas nas cores do Facebook. A princípio penso que cada um coloque a bandeira que quiser no perfil de sua página pessoal. Ninguém tem nada a ver com isso. Porém, porque o atentado no estrangeiro parece ter mobilizado mais que o acidente no próprio país?
Longe de qualquer espécie de estudo social ou afim, creio que possa parecer mais próximo de nós a violência inesperadamente cometida num evento lúdico. Afinal, quantos de nós estamos acostumados a festas, boates, casas de shows, shoppings, cinemas, etc? Quantos já não viajaram para fora do país e divertiram-se lá? Quantos "gringos" já não conhecemos por aqui? Ademais, a dor francesa foi diretamente causada por decisões humanas extremistas em total desacordo com nosso modo de pensar e de viver. Aquelas mortes nos ofendem porque qualquer um daqueles poderia ser um nós ou um dos nossos. A simpatia com os franceses é apenas mais um modo de ressentir nossas dores e nossos medos.
Um novo bolero brada "meu bem, conta pra saudade, que a felicidade veio morar em seu lugar". Assim seja na vida das famílias que perderam entes queridos. Seja na França, no Brasil, em Minas ou noutro estado, seja onde for. Que mais do que brigar por cores num perfil, cada um possa amar de verdade, transcendendo em bondade, por mais singela que seja, e ajudando aquele que sofre a superar suas tragédias. Cada um se solidarize com quem quiser, mas que todos sejam solidários.
Amém.
Muito bom isso de trazer músicas tão carregadas de significados pra "o lado" dos tantos usuários das redes sociais.
ResponderExcluirE que não seja uma quimera, pensar que entre esse universo dessas redes, haja pessoas com um coração de cor própria. Que não sejam acorrentados às musicas vazias. Que passeiem, divaguem entre as tantas máximas da música. Assim como canta Nana "Que o pior da tempestade já passou/Tem um sol se espreguiçando no jardim" em Vinho Guardado.
E que não seja um devaneio imaginar toda a gente ouvindo Nana Caymmi, entre essa guerra também de estilos clonados.