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Esse filhote apareceu misteriosamente na sacristia há uma semana. Coloquei-o no galinheiro para se acostumar conosco, todavia o pato adulto passou todos esses dias tentando invadir o local com um único intuito: matar o bichinho.
Quando finalmente soltei o pobrezinho no quintal, não deu outra: o patão o perseguiu e lhe deu uma grande sova. Então separamos o filhote em uma parte reservada do quintal. Como estivesse muito assustado, encontrou um meio de fugir e desapareceu. Talvez ainda reapareça, vamos aguardar. Fato é que apareceu do nada e desapareceu sei lá para onde.
Dessa história fiquei pensando: o que levou os patos adultos a perseguirem o filhotinho forasteiro? Confesso que mesmo antes de fazer qualquer pesquisa, raciocinei: nós humanos, que nos dizemos racionais, fazemos o mesmo e até pior às vezes. Como é comum vermos pessoas perseguindo outras pela simples razão traduzível nas frase "não fui com a cara dele(a)!".
Bem... Graças ao pecado acabamos aprendendo a nos ver como ameaças uns para os outros. Descobrimos a importância de marcar territórios e de pôr pra correr aqueles que invadem nossos espaços, sejam espaços físicos, geográficos, profissionais ou mesmo afetivos.
Tentei de muitas formas proteger o filhote e isolá-lo dos outros, mas ele insistia em voltar pra lá e depois corria desesperado para se esconder dos perseguidores. O que me remete à triste situação de tantas pessoas que, por mais que busquemos proteger, sempre acabam persistindo no caminho do sofrimento. E depois, sem entender a razão, vêem-se obrigados a "dormir em maus lençóis".
É. Esse tema poderia ir longe e a muitas conclusões chegar, findo apenas com uma certeza: talvez não estamos tão longe do reino animal quanto imaginamos.
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