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Certa vez ouvi e desde então passei a repetir: somente um pertencente ao grupo pode compreender um membro do grupo. O tempo tem me mostrado que isso é muito verdadeiro. Claro que, respeitando algumas devidas exceções.
O que quero dizer com isso? Somente um professor em sala de aula consegue entender as alegrias e tristeza de ser professor em sala de aula. Somente um vendedor ambulante pode compreender com alguma perfeição os gozos e agruras de passar pelas ruas gritando o nome de seu produto. Sim, um professor que passou a vida inteira em secretarias e direções não sabe o que é dar aula. Pode ter muitas teorias, falar bastante e bonito, todavia nem sempre com muita acertabilidade.
É muito fácil teorizar sobre aquilo que se pensa conhecer. Mas calçar nossos sapatos não é pra qualquer um. E por "nossos sapatos" não falo exclusivamente sobre minha vida sacerdotal, mas me refiro também à sua vida, querido ledor. Ela é única, é sua, e nem todas as pessoas são capazes de compreendê-la.
Diante das incompreensões é necessário que nos compreendamos a nós mesmos, que saibamos nossas reais motivações e ajamos com sinceridade de coração. Diante da falta de empatia, um bom diálogo e veracidade de atitudes podem construir muitas pontes.
É tão bom sentir-se compreendido! Tão bom quando alguém se nos torna empático. Suspeitar que nosso mundo interior, embora inteiramente nosso, pode fazer parte do outro traz certa serenidade, pois nos tira da solidão de nós mesmos, e nos remete à certeza de que misteriosamente podemos ser acolhidos, respeitados e amados.
Assim desejo que, ao menos nos grupos dos quais fazemos parte, entre as pessoas com as quais vivemos e convivemos, tais níveis de relação humana jamais sejam utopias, mas sim degraus que pouco a pouco nos elevam ao céu. Amém.
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