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Ainda semana passada, diante das labutas da vida, eu me incomodava. Primeiro, não temos dinheiro para o que queremos. Segundo, mesmo que tivéssemos, por aqui não há quem venda ou alugue o que queremos. Por fim, nossa cultura é tão oportunista que, se tivéssemos o dinheiro ou houvesse quem vendesse, ainda assim preferiríamos emprestar a possuir. E se quebrarmos ou danificarmos o objeto desejado, bem, que o dono se vire, afinal, o problema é dele.
Ledores, estariam aí três níveis diferentes de pobreza? A falta de dinheiro pode ser comum a todos os pobres. A escassez de oportunidade, não. Esta é geográfica, mais do que financeira. E, por fim, a má vontade, o pensamento tacanho, o oportunismo, a irresponsabilidade, nem geográfica e nem financeira, são na realidade pobreza mental. Gerada por longo período e por uma série de fatores, sem dúvida. Não raro, fonte que alimenta as demais pobrezas.
Não me atrevo aqui a fazer estudos sociais ou antropológicos. Nem tenho cabide pra isso. Reconheço, no entanto, minha indignação com tantas coisas que vejo, ouço, e suporto como sendo naturais, quando minha alma as rejeita, crendo firmemente na possibilidade de serem diferentes, melhores, qualificadas. Ao mesmo tempo, a autopiedade e a resignação, tão fortes em seu inconsciente entranhamento, cegam.
Bem verdade existirem algumas porcentagens díspares deste triste diagnóstico. São o que parafraseio "resto de Israel". A esperança, a razão pela qual insistir, um motivo pra sonhar. Perdão, ledores, mas é apenas o que penso e sinto aqui e agora.
A música diz que "de Porto Alegre ao Acre, a pobreza só muda o sotaque". Já nem sei se posso concordar. Talvez um dia meu juízo sobre isso seja mais gabaritado. Por hora, Deus nos prive da pior de todas as pobreza, a de espírito.
Abraço.
Curiosidade, o que queres?
ResponderExcluirComo assim não tem?
Abraços.