quarta-feira, 16 de setembro de 2015

RUMOS, CANAIS, CAMINHOS...

eNTÃO...

Gosto dos versos "dizem que o amor a amizade estraga, e esta, a este, tira-lhe o vigor". Sei lá, essa música sempre me agradou. Ela tem uma sensualidade cândida, uma ironia doce, e uma declaração de amor sincera e sem lugar comum. Na voz da intérprete baiana, é perfeita.

Bem, ledores, confesso estar meio sem assunto. Acabei de chegar de uma comunidade ribeirinha, na foz do Rio Pixuna. Chamou-me a atenção o fato de os pescadores, olhando para a largueza do rio, conseguirem saber onde está o canal, ou seja, as águas mais profundas, o melhor caminho para seguir com os barcos maiores, sem risco de encalhar.

O que têm a ver os parágrafos anteriores? Talvez se refiram à alegria de conhecer a outrem: o rio, uma pessoa, ou qualquer coisa que seja. Saber os caminhos, os gostos, as alegrias e tristezas desse alguém. Poder percorrer com segurança os itinerários emocionais de uma relação afetiva, em que, apesar dos sobressaltos da vida, haja a certeza da perenidade. Distinguir os caminhos do amor dos da amizade, e pisar com firmeza nas trilhas de cada um deles.

Enfim, é possuir o conhecimento da vida que se tem. E minha afirmação pode parecer, como diz a canção, "caretice ou romantismo brega", mas traduz em palavras uma aflição humana que um dia há de sossegar: a do verdadeiro amor, a da certeza da direção, da tranquilidade de escolha, sei lá o que quero dizer, ou se digo alguma coisa. Paciência.

Beijo no coração de todos.

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